NUTRICIONISTA EM ATENÇÃO BÁSICA: A VISÃO DO USUÁRIO

Pauline Müller Pacheco, Maurem Ramos

Resumo


Introdução: Este estudo tem por objetivo conhecer a percepção dos usuários do SUS sobre a atuação dos nutricionistas em atenção primária, identificar se o usuário reconhece este trabalho como importante para sua saúde e quais são suas expectativas em relação ao mesmo. Métodos: Foram realizadas entrevistas semiestruturadas individualmente com usuários de Unidades Básicas de Saúde, atendidos ou não pela nutricionista da unidade. As entrevistas foram transcritas e realizou-se análise textual discursiva. Resultados: O nutricionista foi corretamente associado a alimento, alimentação e nutrição; entretanto, os limites de sua atuação são tênues, apontando para uma fraca identidade profissional. O trabalho desenvolvido foi avaliado sempre positivamente e reconhecido como importante para a saúde dos usuários. As expectativas da prática apontam para a necessidade de um atendimento humanizado e integral, com mais ações voltadas para o coletivo – comunidade e trabalho em equipe –, concordando com as políticas de saúde vigentes. Conclusão: Sugere-se que, para alcançar as expectativas depositadas pelos usuários e avançar no processo de profissionalização, é necessário haver escuta e observação das demandas, reavaliando-se o processo de formação e o cotidiano da prática, com vistas aos novos paradigmas da atenção básica e da promoção da saúde.

DOI: http://dx.doi.org/10.12957/demetra.2014.9558

 

 


Palavras-chave


Nutricionista. Atenção Primária à Saúde. Percepção. Participação do Paciente. Relações Profissional-Paciente.

Texto completo:

PDF PDF (English)

Referências


OLIVEIRA, D. C. D. et al. A política pública de saúde brasileira: representação e memória social de profissionais. Cadernos de Saúde Pública, v. 24, p. 197-206, 2008. ISSN 0102-311X. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2008000100020&nrm=iso >.

FERREIRA, V. A.; MAGALHÃES, R. Nutrição e promoção da saúde: perspectivas atuais. Cadernos de Saúde Pública, v. 23, p. 1674-1681, 2007. ISSN 0102-311X. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2007000700019&nrm=iso >.

(1988)., B. C. Emenda constitucional nº 64, de 4 de fevereiro de 2010. 2010.

NUTRIÇÃO., B. M. D. S. S. D. A. Á. S. D. D. A. B. C.-G. D. A. E. Política nacional de alimentação e nutrição 2011.

SILVA, G. G. A. D.; EGYDIO, M. V. R. M.; SOUZA, M. C. D. Algumas considerações sobre o controle social no SUS: usuários ou consumidores? Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 23, n. 53, p. 37-42, 1999. 1999.

SAÚDE., B. M. D. S. S. D. A. À. Diretrizes e recomendações para o cuidado integral de doenças crônicas não-transmissíveis: promoção da saúde, vigilância, prevenção e assistência. 2008a.

LEVY, F. M.; MATOS, P. E. D. S.; TOMITA, N. E. Programa de agentes comunitários de saúde: a percepção de usuários e trabalhadores da saúde. Cadernos de Saúde Pública, v. 20, p. 197-203, 2004. ISSN 0102-311X. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2004000100036&nrm=iso >.

RAMOS, D. D.; LIMA, M. A. D. D. S. Acesso e acolhimento aos usuários em uma unidade de saúde de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 19, p. 27-34, 2003. ISSN 0102-311X. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000100004&nrm=iso >.

SHIMIZU, H. E.; ROSALES, C. Family perspective on a family care program. Rev Lat Am Enfermagem, v. 16, n. 5, p. 883-8, 2008 Sep-Oct 2008. ISSN 0104-1169. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19061026 >.

BOSI, M. L. M. - Profissionalização e conhecimento : a nutrição em questão. 1996. ISSN - 8527103230.

MINAYO, M. C. D. S. - O desafio do conhecimento : pesquisa qualitativa em saúde. 2010. ISSN - 9788527101813.

MORAES, R. Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual discursiva. Ciência & Educação (Bauru), v. 9, p. 191-211, 2003. ISSN 1516-7313. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132003000200004&nrm=iso >.

PINHEIRO, R. S. et al. Gênero, morbidade, acesso e utilização de serviços de saúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 7, p. 687-707, 2002. ISSN 1413-8123. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232002000400007&nrm=iso >.

YPIRANGA, L., GIL, M.F. Formação profissional do nutricionista: por que mudar? In: SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE ENSINO DE NUTRIÇÃO, 2., 1989. Goiânia. Anais... Goiânia: FEBRAN, 1989. p. 19-36. 1989.

FAMÍLIA., B. M. D. S. S. D. A. À. S. D. D. A. B. E. S. D. Política nacional de atenção básica. 2006b.

LIMA, E. D. S. Gênese e constituição da educação alimentar: uma síntese. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 7, p. 9-29, 1997. ISSN 0103-7331. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73311997000200002&nrm=iso >.

SANTOS, L. A. D. S. Educação alimentar e nutricional no contexto da promoção de práticas alimentares saudáveis. Revista de Nutrição, v. 18, p. 681-692, 2005. ISSN 1415-5273. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732005000500011&nrm=iso >.

GIL, M. D. F. Recursos humanos em nutrição no Brasil: nutricionistas. Cadernos de Saúde Pública, v. 2, p. 561-569, 1986. ISSN 0102-311X. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1986000400014&nrm=iso >.

BANDUK, M. L. S.; RUIZ-MORENO, L.; BATISTA, N. A. A construção da identidade profissional na graduação do nutricionista. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 13, p. 111-120, 2009. ISSN 1414-3283. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832009000100010&nrm=iso >.

PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A. D.; LABORATÓRIO DE PESQUISAS SOBRE PRÁTICAS DE INTEGRALIDADE EM, S. - Cuidado : as fronteiras da integralidade. 2008. ISSN - 9788589737449.

NUTRIÇÃO., B. M. D. S. C. N. D. P. D. A. E. 10 passos para uma alimentação saudável para pessoas adultas. 2007.

HUMANIZAÇÃO., B. M. D. S. S.-E. N. T. D. P. N. D. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS. 2004b.

FAMÍLIA., B. M. D. S. S. D. A. À. S. D. D. A. B. E. S. D. Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde. Brasília, DF: MS, 2009. 2009.

CECCIM, R. B. et al. Imaginários da formação em saúde no Brasil e os horizontes da regulação em saúde suplementar. Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, p. 1567-1578, 2008. ISSN 1413-8123. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232008000500021&nrm=iso >.

BUSS, P. M.; FERREIRA, J. R. Atenção primária e promoção da saúde. . In: BRASIL. Ministério da Saúde. Projeto Promoção da Saúde. Promoção da Saúde. Brasília, DF: MS, 2001. p.7-14. 2001.

BUSS, P. M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciência & Saúde Coletiva, v. 5, p. 163-177, 2000. ISSN 1413-8123. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232000000100014&nrm=iso >.

LOPES, E. M.; ANJOS, S. D. J. S. B. D.; PINHEIRO, A. K. B. Tendência das ações de educação em saúde realizadas por enfermeiros no Brasil. Rev. enferm., Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p. 273-277, abr./jun. 2009. 2009.




DOI: https://doi.org/10.12957/demetra.2014.9558

e-ISSN: 2238-913X


Esta revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.