Educação Alimentar e Nutricional na formação de nutricionistas: espaço de reflexão crítica sobre as desigualdades raciais
DOI:
https://doi.org/10.12957/demetra.2024.77417Resumo
Introdução: No contexto da formação de nutricionistas, é preciso refletir sobre as relações étnico-raciais e suas interseções com a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e a Educação Alimentar e Nutricional. Objetivo: Este artigo original visa refletir sobre a formação de nutricionistas no que concerne à problemática das desigualdades raciais, à luz da experiência da disciplina de Educação Alimentar e Nutricional 2 de um curso de Nutrição de instituição pública de ensino superior no Norte Fluminense. Método: A investigação qualitativa envolveu observação participante, análise documental e sistematização de experiência. Resultados: A reflexão em classe sobre a realidade vivenciada, à luz de referenciais teóricos que tratam das relações étnico-raciais e de SAN, possibilitou problematizar como o racismo institucional compromete a realização do Direito Humano à Alimentação Adequada da população negra. As experiências proporcionaram a reflexão crítica sobre o processo de desumanização gerado pelo racismo, que fomenta a negação de direitos fundamentais à população negra, incluindo o direito à alimentação. O tema das desigualdades étnico-raciais se tornou mais presente nos trabalhos finais da disciplina, em trabalhos de conclusão de curso, artigos e resumos apresentados em congressos científicos e acadêmicos. Conclusão: Apesar das estruturas de poder que operam no campo do conhecimento acadêmico e silenciam epistemologias e cosmovisões outras, a disciplina analisada conseguiu adotar propostas criativas sobre as relações étnico-raciais. A Educação Popular fomentou a capacidade de reflexão crítica dos educandos sobre as desigualdades raciais que permeiam a SAN.
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