brincar com as palavras. a linguagem e o místico entre wittgenstein e a filosofia para crianças: qual a relação?

Autores

  • anna maria carpentieri

Palavras-chave:

Parole chiave, filosofia per bambini, Wittgenstein, linguaggio

Resumo

Este texto começa com uma nota introdutória na qual a autora, que experimenta há vários anos os programas do currículo, mostra os motivos de sua escolha pedagógica-didática afirmando que os percursos traçados lhe deram sempre, por um lado, a possibilidade de constatar um crescimento dinâmico e multimensional do pensamento individual e coletivo dos alunos e dos próprios docentes e facilitadores. Por outro lado, e principalmente, eles têm garantido uma possibilidade maior de explicitar, por exemplo, a capacidade de transformar e transformarem a si mesmos, o que, somente ao ter a consciência da necessidade de tais mudanças, facilita e melhora o modo deles se relacionarem com eles mesmos e com os outros. O texto remete, inicialmente, às afirmações que um grupo de crianças elaborou durante uma sessão, de forma que é exatamente a prática filosófica no contexto de suas situações e circunstâncias que permite a autora fazer constantes teferências ao pensamento de Wittgenstein, e realizar, também, um exame a respeito da possibilidade de uma relação entre o filósofo austríaco e os pressupostos que estão na base da filosofia para crianças (P4C) e que fazem, essencialmente, referência ao pensamento de Lipman. As temáticas de fundo tendem, portanto, a evidenciar uma afinidade de pensamento entre os dois filósofos relativa à linguagem e ao místico, para o qual se introduzem algumas analogias e se encontra correspondência na própria idéia de filosofia que pertence a ambos. Lipman afirma que a P4C deseja ser uma experiência total de pensamento através da linguagem e a filosofia para Wittgenstein é uma atividade esclarecedora da linguagem que tem como finalidade a clarificação lógica dos pensamentos. Em Investigação filosófica de Lipman, a linguagem está definida como uma estrutura unitária que representa um conjunto de relações, do mesmo modo que o argumentar na comunidade de investigação se caracteriza como um conjunto de vínculos conectados em suas relações e significados. A Linguagem, tanto em Lipman como em Wittgenstein, recupera uma estreita relação entre teoria e prática, e assim se torna uma produção social, instrumento da ação cotidiana. A potencialidade expressada pela linguagem pode ser comparada à potencialidade expressada na comunidade de investigação em seu percurso de investigação-ação. Portanto, em relação às dimensões do inexpressível, o místico e o espanto das crianças relatadas por Lipman se encontram nesse estupor que ambos geram, nesse desejo de conhecimento implicado neles, no mistério causado neles, tomando-se esse o fundo sobre o qual e através do qual todo o que tentamos expressar, comunicar e ser adquire significado. Palavras-chave: Filosofia para crianças; Wittgenstein; linguagem

Publicado

2010-02-02

Como Citar

carpentieri, anna maria. (2010). brincar com as palavras. a linguagem e o místico entre wittgenstein e a filosofia para crianças: qual a relação?. Childhood & Philosophy, 5(10), p. 367–382. Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/childhood/article/view/20592

Edição

Seção

artigos

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