foucault e as infâncias incendiárias: experiências de outras verdades e de outras heterotopias
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2016.23345Parole chiave:
infâncias, verdades, heterotopias, infâncias heterotópicas, FoucaultAbstract
Considerando Incêndios (MOUAWAD, 2013) como um fazer ficcional no sentido proposto por Foucault (1994) para o fazer história, o texto tem por objetivo geral investigar como um conjunto de experiências heterotópicas pode suscitar um conjunto de problematizações acerca das filiações histórica das infâncias com as verdades. Para tanto, o texto percorre dois momentos. No primeiro, investiga a problemática questão do nascimento das verdades (NIETZSCHE, 2001; FOUCAULT, 2006), visando provocar uma interferência nos vínculos com as verdades, a partir de outras experiências, para se pensar a infância numa dimensão plural, eivada de e por outras histórias. A seguir, o texto foca no aspecto de uma construção nocional das infâncias como heterotopias (FOUCAULT, 2009), destacando alguns alcances e algumas consequências desta abordagem para as experiências das infâncias contemporâneas. Destacam-se, neste sentido, o direito à infância, a singularidade dos mundos das infâncias e a dimensão micro revolucionária de cada infância como campos problematizadores na elaboração de um duplo exercício. De um lado, trata-se de mostrar como a temática da infância se atualiza como problematização política e, de outro lado, como é urgente a produção de outras políticas para as infâncias. Ao cabo, o texto propõe nomear de infâncias incendiárias aquelas capazes de se realizarem com outras verdades e outras histórias, isto é, com suas próprias heterotopias, fazendo desta questão algo contemporâneo