Tecer entre educação e psicologia: modos de trabalhar intersetorializados entre saúde e educação desde a escola e a universidade
DOI:
https://doi.org/10.12957/sustinere.2025.92967Palavras-chave:
Produção de Subjetividade, Formação Inventiva de Professores, Dispositivo de Problematização, Pesquisa-Intervenção, CartografiaResumo
O artigo tece análises e intervenções do agenciamento entre duas professoras de universidades públicas e suas pesquisas e práticas com formação de professores e de psicólogos, desde o chão da escola básica. É escrito no encontro com práticas e estudos do Grupo de Pesquisas Oficinas de Formação Inventiva de Professores – OFIP/CNPq – que posiciona a formação pela possibilidade de se deslocar, de inventar a si e o mundo. Para tanto, o artigo, por meio da pesquisa-intervenção, acompanha alguns traçados do que constitui este modo de formar, entre universidade e escola básica, propondo práticas outras para os campos da formação de professores e de psicólogas(os) que atuam nas políticas públicas de educação. É constituído por três momentos: 1- analisa a noção de formação inventiva de professores para fazer ver e falar o lugar do estudo, da escuta, da conversa, do encontro como produção de saúde nos territórios de formação; 2 - pela noção de intervenção, mostra como o estudo pode acionar equipamentos e dispositivos de problematização das vulnerabilidades dos gestos concretos de se encontrar e conversar sobre/com invenção na escola básica e na formação inicial e continuada de professores, de psicólogos/as; 3 - mostra que tais análises e intervenções facultam outras experiências, intersetorializadas entre saúde e educação, visibilizando a intensa relação entre estudar, afetar e viver que ampliam um grau de potência para a ação e invenção de si, de mundos. A aposta é fazer ver e falar, desde o chão da escola básica, modos de trabalhar intersetorializados entre saúde e educação.
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