Adolescências, diagnósticos, psicofármacos e escola: relatos estudantis em um Instituto Federal
DOI:
https://doi.org/10.12957/sustinere.2025.92907Palavras-chave:
Educação, Adolescência, Saúde mental, PsicofármacosResumo
Este artigo analisa as relações, dificuldades e potências/resistências no percurso escolar de estudantes diagnosticados(as) com transtorno mental na fase da infância/adolescência, no cotidiano vivido no Ensino Médio Integrado de uma Instituição Federal de Educação Profissional e Tecnológica do Estado de Sergipe no município de Lagarto. A partir das peculiaridades e afetações que envolvem a experiência de habitar o território de pesquisa concomitantemente enquanto psicóloga escolar e pesquisadora, buscamos compreender as razões que levaram ao aumento da procura estudantil por atendimentos relativos às questões de saúde mental e por acompanhamento no serviço de Psicologia Escolar do Campus Lagarto nos últimos anos. O estudo se deu a partir da análise de registros do diário de campo e de relatos colhidos em rodas de conversa com grupos com alunos(as) e encontros-entrevistas individuais com ex-alunos(as) que haviam encerrado os estudos há pouco tempo na instituição. Destacamos: as sensações de incompreensão que esses(as) jovens vivem no cotidiano escolar em relação aos seus marcadores sociais de classe, raça e gênero e de assujeitamento a um pensamento meritocrático dominante na instituição; a conexão entre juventude, internet e escola; a sensação de inadequação às expectativas pessoais e institucionais sobre os desempenhos acadêmicos. Os espaços no cotidiano para participação e discussão com os(as) estudantes sobre essas temáticas se mostraram potentes produtores de reflexão que atuam naquilo que muitas vezes é vivido como impedimento da possibilidade de futuro.
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