Entrevista como Experiência, Loucura como Método: Composição de uma Ética do Encontro

Richard de Oliveira, Adriana Marcondes Machado

Resumo


Neste artigo apresentamos e desdobramos um procedimento de entrevista que busca romper com uma posição de exterioridade em entrevistas de pesquisas em psicologia. Com o objetivo de agir em discursos que oferecem à loucura o trato de um evento individual e psicológico, e tomando a vida e a obra de Robert Schumann como ampliadora do campo de reflexão sobre a relação entre música e loucura, realizamos entrevistas com seis intérpretes da obra do compositor, de modo a compreender o atravessamento da vivência/experiência desses músicos com a produção do autor e com o tema da loucura. Neste procedimento de entrevista, que nomeamos encontro-entrevista, a dimensão de experiência é acolhida, realçada e explorada, fazendo operar no encontro a tragicidade intrínseca à relação música-loucura. Para sustentar a potência transgressiva de tal relação, criamos um percurso narrativo especificamente para este artigo, estratégia que utilizamos para evitar que o objeto da pesquisa fosse capturado em um campo de determinações inequívocas e representacionais. Por fim, apontamos que os encontros-entrevistas, ao comporem acordos polifônicos entre elementos heterogêneos, evidenciam que, no procedimento da entrevista, a forma de conhecer é indissociável à experiência em que o dito se constitui.

Palavras-chave


entrevista; experiência; loucura; Robert Schumann

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DOI: https://doi.org/10.12957/epp.2021.61049

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