Análise dos ethé de Marielle Franco
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2022.63383Palavras-chave:
Análise do Discurso, Ethos, Esfera Pública, Ativismo Político, Discursos Contra-hegemônicos.Resumo
Neste artigo, analisamos a construção do ethos prévio e discursivo de Marielle Franco, brasileira negra, atuante ativista pelos direitos humanos, que procurou mudar sua realidade e a de outras mulheres em situações análogas a dela, mas teve seu sonho interrompido pela morte violenta da qual foi vítima. Para compreender as pretensões de validez desses discursos, utilizamos como instrumentais teórico-metodológicos as concepções de ethos da Análise do Discurso, predominantemente de vertente francesa, representadas por Maingueneau (2004, 2008), Charaudeau (2004, 2008), Amossy (2008) e Abreu-Aoki (2016) aplicadas em três textos do gênero entrevista, realizadas com Marielle. Procuramos detectar na materialidade linguística elementos que pudessem nos mostrar como se constituiria o processo de projeção de ethé na e pela enunciação da ex-deputada em suas alocuções nas entrevistas, a partir do exame de formas linguísticas que realizam os atos alocutivo (de endereçamento ao interlocutor); elocutivo (pelo qual o enunciador marca sua posição em relação ao que diz) e delocutivo (asserções e representação de discursos do outro no fio do dizer). O estudo serviu-nos para mostrar como ela mobilizou, ações e fatos da vida para construir uma imagem que pudesse levá-la ao poder público e, com isso, dar visibilidade às demandas daqueles representados por ela.
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