Entre a educação e o estereótipo racista: uma leitura de Recordações do escrivão Isaías Caminha, de Lima Barreto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2025.92414

Palavras-chave:

Lima Barreto, Racismo, Estereótipo racista, Educação, Ascensão social

Resumo

A partir da representação do estigma da mestiçagem vista no romance Recordações do escrivão Isaías Caminha, de Lima Barreto, o presente trabalho tem por objetivo analisar as etapas da construção do estereótipo racista, relacionadas à formação da identidade de um homem negro pobre, no Brasil da primeira década do século XX. Partindo da hipótese de que as experiências de sujeitos negros são atravessadas por impedimentos sociais diversos, o resultado obtido pela análise literária e pelas leituras teóricas evidencia que, subjacente ao preconceito racial que dificulta as possibilidades de mobilidade social, pessoas negras letradas e educadas não estão blindadas contra as violências do racismo institucionalizado. Para aprofundar o debate, o aporte teórico utilizado trata de importantes questões relacionadas à temática da negritude e do racismo, relacionando o pensamento de diferentes autores, tais como: bell hooks (2019), Cuti (2010), Lélia Gonzalez (2020), Abdias Nascimento (2017), Neusa Santos Souza (2021), além de referências do campo dos estudos literários, como Antonio Candido (2006), João Luiz Lafetá (2004) e Roberto Schwarz (2008).

Biografia do Autor

Evandro Jose dos Santos Neto, Universidade Estadual do Paraná - Unespar

Professor Adjunto de Teoria da Literatura e Literaturas de Língua Portuguesa na Universidade Estadual do Paraná - Unespar. Doutor em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo - USP, mestre e graduado em Letras, também pela USP. 

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Publicado

2025-08-31

Edição

Seção

Dossiê 52 (maio-ago. 2025): Decadentes, Dissidentes e Proscritos no Fin-de-Siècle