Écriture féminine como um dispositivo epistemológico intoxicante: reorientações queer e decoloniais em Virginia Woolf
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2024.87430Palavras-chave:
Virginia Woolf, écriture féminine, intoxicação, narrativas queer, decolonialidadeResumo
Este artigo reavalia a obra de Virginia Woolf através de lentes queer e decoloniais (Ahmed, 2006; Lugones, 2008; Butler, 2017; Mignolo & Walsh, 2018; Butler, 2024), demonstrando como ela perturba de maneira ambígua os binarismos de gênero enraizados e as estruturas coloniais que reforçam dinâmicas de poder hierárquicas (Oyěwùmí, 2021). No centro do argumento está o conceito de “intoxicação”, influenciado pelo phármakon de Derrida (2005) e pela écriture féminine de Hélène Cixous (1975). Este conceito é uma força radical que tem o potencial de desmantelar epistemologias rígidas do Ocidente. A escrita feminista de Woolf, particularmente em Orlando: A Biography (1928), exemplifica esse uso subversivo da intoxicação para desafiar normas opressivas e reimaginar a identidade além das restrições patriarcais e coloniais racistas. O artigo também explora a incorporação da intoxicação (trans)feminina, oferecendo uma estrutura para compreender como a (in)existência trans e a performatividade queer são frequentemente mal representadas ou desalinhadas nas tradições literárias. Baseando-se na análise de Zhao Ng (2023), critica como personagens trans são frequentemente subsumidos e reduzidos a metáforas românticas dentro de paradigmas cisgêneros ou queer mais amplos. Em contraste, o artigo defende uma crítica decolonial e transfeminista (Nascimento, 2021) que transcende os construtos binários de gênero, propondo uma práxis intelectual transformadora que abraça epistemologias diversas, ao mesmo tempo resistindo às limitações impostas pelo pensamento ocidental.
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