EVARISTO, Conceição. Macabéa, flor de mulungu. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2023.

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DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2024.87333

Resumo

Esta resenha de Macabéa, Flor de Mulungu, de Conceição Evaristo busca discutir sobre a personagem Macabéa, circunscrita anteriormente por Clarice Lispector no romane A hora da estrela e que, a partir de então, Evaristo toma para si a nova face dessa protagonista icônica e representativa da mulher oprimida pela sociedade. Nesse sentido, pretende-se abordar temas como o silenciamento da mulher em âmbito social, a morte como metamorfose da vida e o pensar na literatura como texto simbólico, rizomático e ritualístico.

Em Macabéa, Flor de Mulungu, percebe-se um narrador que tem uma aliança próxima com a personagem, elo este, que remonta força, resiliência e sobrevivência. O conto se inicia quando Macabéa é atropelada, cena final e marcante do romance clariceano e, sobretudo, retrata a metáfora da flor de mulungu que dá título ao texto e se mostra antes do florescer murcha, seca, sem vida, entretanto, contém em si essência necessária para sua germinação. Ressalta-se, pois, as imagens de Luciana Nabuco que ajudam a ilustrar a obra de Evaristo destacando a beleza da capa e as figuras internas compostas enquanto alegorias da resistência, isto é, imagens de máscaras, rostos e corpos de mulheres negras, imagens de figuras geométricas, de afro-indígenas e, por fim, da flor de mulungu com suas cores preto, verde e vermelho com seus frutos e flores que representam simbolicamente a “Béa” criada pela escritora e que resgata a identidade de muitas mulheres que se encontram mesmo em vida, adormecidas.

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Publicado

2024-12-28