Utopia e distopia nas dobras do tempo de Vera Duarte

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DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2024.86115

Resumo

Propõe-se, neste capítulo, uma análise da poesia da escritora cabo-verdiana Vera Duarte em dois momentos distintos de produção, não apenas separados pelo tempo das vivências da poeta, mas também (e sobretudo) por sua situação sócio-histórica, em relação às lutas de libertação e à independência em seu país e nas outras ex-colônias portuguesas, irmãs na língua e nos sentidos da africanidade. Objetiva-se, com isso, pensar a produção poética de Vera Duarte a partir de dois eixos contextuais: utopia e distopia. As reflexões aqui desenvolvidas são ampliações de um trabalho de pesquisa que resultou na publicação do livro A geração da distopia (2021), sobre a ficção de autores angolanos da mesma forma atravessadas pelo tempo. O referencial teórico deste capítulo foi desenvolvido, portanto, a partir do livro referido e dos teóricos que embasaram a pesquisa, como Anibal Quijano (2005), Frantz Fanon (1968), Amilcar Cabral (1980), Boaventura de Sousa Santos (2008) e Pires Laranjeira (2000). São também referências deste texto pensadores da ancestralidade africana e teóricos da contemporaneidade mundial. As análises permitem observar as diferentes representações poéticas em tempos distintos, separados por uma história de projetos e desilusões.
Palavras-chave: Literaturas africanas de língua portuguesa; Poesia cabo-verdiana; Utopia; Distopia.

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Publicado

2024-12-28

Edição

Seção

Dossiê 50: Feminismos Decoloniais e Teoria Literária: outros percursos críticos