A dimensão argumentativa de contos ilustrados na luta antirracista: Fevereiro, Minhas contas e De passinho em passinho: uma história para dançar e sonhar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2024.85084

Resumo

Com base no pressuposto de que todo discurso apresenta uma dimensão argumentativa (Amossy, 2018) própria do ponto de vista intrínseco à expressão comunicativa, neste trabalho, pretendemos analisar os processos de identificação e de qualificação que constituem, entre outros, a semiotização do mundo (Charaudeau, 2008), problematizando seu caráter subjetivo, favorável à (re)construção de imaginários sociodiscursivos (Charaudeau, 2018b) relacionados ao (anti)racismo. Considerando, como Colomer (2017), que a literatura infantil reflete como a sociedade se vê, analisaremos a representatividade negra nos contos ilustrados Fevereiro, de Carol Fernandes (2023), Minhas contas, de Luiz Antonio (2022) e De passinho em passinho: uma história para dançar e sonhar, de Otávio Júnior (2021), a fim de flagrar o caráter argumentativo das narrativas, não só quanto à temática explorada nas obras, mas também quanto a esses recursos linguageiros, que permitem implicitar avaliações positivas em relação às qualidades do modo de ser negro, indo de encontro ao racismo estrutural prevalente em nossa sociedade, sem necessariamente impor uma opinião, mas provocando a reflexão em função da projeção persuasiva dos contos.

Biografia do Autor

Beatriz dos Santos Feres, Universidade Federal Fluminense

Doutora e Mestra em Estudos da Linguagem pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal Fluminense (2006). Professora Associada de Língua Portuguesa do Instituto de Letras da UFF. Pós-doutoranda na UERJ em Estudos Literários (2020). Atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da UFF, vinculada à disciplina Semiolinguística; nas Especializações em Língua Portuguesa e em Literatura Infantojuvenil e na Graduação em Letras, com orientação de pesquisa em todos os níveis. Coordenou o Programa de Iniciação à Docência, vinculado ao Instituto de Letras/UFF (2009-2012). Coordenou o Projeto de Extensão Sala de Leitura na Integração Universidade-Escola (2015-2016), com fomento da Faperj e da UFF. Participou da diretoria da Associação Brasileira de Linguística (Abralin) e da Comissão Organizadora do X Congresso Internacional da Abralin (2015-2017). Autora de “Leitura, fruição e ensino: com os meninos de Ziraldo” (EdUFF, 2011); organizadora de “Leitura e formação do leitor: cinco estudos e um relato de experiência” (7Letras, 2016), com Ivo do Rosário e André Dias, e de “Análises de um mundo significado: a visão semiolinguística do discurso” (EdUFF, 2017), com Rosane Monnerat, entre outros livros. Autora de vários artigos e capítulos de livro, privilegiando a análise do discurso literário, com ênfase nos contos ilustrados para crianças. É membro do GT da Anpoll Linguística de Texto e Análise da Conversação. Lidera o Grupo de Pesquisa Leitura, fruição e ensino (CNPq/UFF). É membro do Círculo Interdisciplinar de Análise do Discurso (Ciad-Rio) e do Grupo de Pesquisa Encontros com a Literatura Infantil/Juvenil: ficção, teorias e práticas - EnLIJ (UERJ). beatrizferes@id.uff.br

Downloads

Publicado

2024-08-30

Edição

Seção

Dossiê 49: Literatura Infantil e Juvenil contemporânea: inquietações e metamorfoses