O devir de Carlos de Melo sob a ótica do passado: ensaio sobre Doidinho, de José Lins do Rego
DOI:
https://doi.org/10.12957/soletras.2024.83985Resumo
Visamos, neste segundo ensaio sobre os três primeiros romances de José Lins do Rego lidos como um romance de formação, evidenciar a regressividade do desenvolvimento emocional do protagonista Carlos de Melo em Doidinho, segunda narrativa da trilogia. Para atingirmos tal objeto, amparamos a nossa análise interpretativa em textos acerca da fortuna crítica da obra e do autor em questão e de artigos e livros – normalmente provindos de estudos psicanalíticos – sobre os afetos suscitados no romance. Se em ensaio acerca de Menino de engenho observamos uma grande capacidade de integração de Carlinhos à várzea e aos moradores de lá, proporcionando um tom alegre de descobrimento do novo (embora a sua perene tristeza aponte para a edificação de suas futuras neuroses), neste sobre Doidinho verificamos que o colégio interno para o qual ele é enviado surge como a antítese da liberdade e da permissividade encontradas outrora. Ainda que exista a grande amizade de Coruja, que será diluída juntamente com algumas fantasias, e a solidariedade de alguns poucos, a sua fuga do colégio em direção às terras prometidas do avô figura a busca pelos sentimentos infantis anteriores, interrompendo e retrocedendo da sua autonomia em construção.
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