O cavalo e a cadeira de balanço: um jogo de vai-e-vem entre Benjamin e Beckett

Autores

  • José Guimarães Caminha Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2015.14794

Palavras-chave:

Jogo. Gesto. Montagem. Morte.

Resumo

Quando infante e na velhice, o homem experiencia no movimento pendular, nogesto de ir e vir, um jogo de dimensões temporais e espaciais. O cavalinho de balanço, feitode madeira, pode representar para a criança a conquista de um lugar no mundo, enquanto que,na cadeira de balanço, o adulto realiza a digressão e reúne as imagens que consegue buscar nopassado pela lembrança e rememoração. Tanto o brinquedo (o cavalo) quanto o utilitário (acadeira) tem seus valores de uso profanados, pela criança e pelo velho, e se reconfiguramtanto na brincadeira infantil quanto no jogo teatral. São lugares de passagem, encruzilhadastemporais em que o futuro sonhado e o passado rememorado aparecem de formaintempestiva. O pensamento de Walter Benjamin, em Reflexões sobre a criança, o brinquedoe a educação (2002), serve de ponto de partida as observações de Freud e de GiorgioAgamben. Na repetição dos gestos de outrem e no prolongamento do outrora, os personagensde Film (1963) e Rockaby (1981), de Samuel Beckett, tentam (re)montar a vida e buscamadiar o fim da partida.

Biografia do Autor

José Guimarães Caminha, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutorando do Depto. de Letras da UERJ, Literatura Comparada

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Publicado

2015-10-01

Edição

Seção

Dossiê: Cenas Finisseculares