O QUE PODE A EDUCAÇÃO INFANTIL APRENDER COM ARNO STERN SOBRE ARTE NA PRIMEIRA INFÂNCIA?

Resumo

A questão enunciada no título – O que pode a Educação Infantil aprender com Arno Stern sobre arte na primeira infância? – é uma provocação e, ao mesmo tempo, uma sinalização da busca empreendida para identificar contribuições do arte/educador Arno Stern (1924-2024) para a Educação Infantil. No campo da arte/educação é considerado um dos expoentes da “livre expressão”. O profundo respeito que nutria pelas crianças e seu processo criador levou-o a fundar o ateliê Closlieu, um “local abrigado”, de liberdade e não julgamento, para a expressão espontânea através da pintura. Observamos, entretanto, que suas proposições e concepções – como o “jogo de pintar”, desenvolvido por mais de 70 anos com crianças, jovens e adultos, em Paris – ainda são desconhecidas no Brasil, não figurando entre os fundamentos da arte na Educação Infantil e na formação docente para as infâncias. Atravessando o desconhecimento, no contato com sua obra, capturamos princípios e proposições ainda atuais, para se pensar a arte na primeira infância. Na busca, testemunhamos que Stern não estava preocupado em ensinar técnicas de pintura, tampouco desejava deixar as crianças à própria sorte, como supõe o termo em francês, tão conhecido, laissez faire, reportado na crítica à “livre expressão”. Ele estava dedicado a “servir” às crianças e, desse compromisso, derivam princípios da sua prática: escuta, atenção, cuidado e, sobretudo, respeito às crianças e sua expressão através da arte, tão ordinariamente sufocada na primeira infância.