A DIFÍCIL ARTE DE SER PROFESSOR INDÍGENA: O ENSINO DE MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
DOI:
https://doi.org/10.12957/riae.2023.70480Palavras-chave:
Ensino de matemática, Educação escolar indígena, Magistério indígena, Formação inicial de professores indígenas.Resumo
A arte indígena, em suas diferentes formas de representação, tais como: pintura, música, dança e artesanato, expressa processos socioculturais de produção, refinamento e atualização do conhecimento que é passado de geração a geração. Esses processos envolvem um modo de comunicar, ensinar e aprender que é próprio das sociedades indígenas. Ser professor indígena na contemporaneidade requer mobilizar os saberes da tradição e os saberes escolares, tendo em vista o desenvolvimento de currículos e metodologias em consonância com a realidade da comunidade. É com esse princípio que se inicia a discussão neste artigo, cujo objetivo foi identificar os desafios e avanços no ensino de matemática a partir do currículo e dos relatos etnográficos de professores indígenas das séries iniciais do ensino fundamental. Discorre-se sobre as dificuldades no ensino de matemática nas escolas indígenas do Amapá, a partir de um estudo documental e de entrevistas semiestruturadas com professores indígenas. No referencial teórico, entra em cena os conceitos de saberes da tradição e currículo. Os resultados revelaram que o ensino de matemática na educação escolar indígena é um desafio a ser enfrentado pelos professores indígenas, a comunidade, as lideranças e os professores (não-indígenas) militantes, tendo em vista a efetivação de um currículo escolar que dialogue com os saberes da tradição. Por fim, indica-se a importância da realização de novos estudos que discutam sobre o currículo, as metodologias de ensino e o diálogo com os saberes da tradição em contexto indígena.Referências
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