"Escola, não atire":
guerra às drogas e violência de Estado no governo das infâncias negras
DOI:
https://doi.org/10.12957/teias.2025.90439Palavras-chave:
violência de Estado, racismo, necroinfâncias, relações raciais, infâncias negrasResumo
Este ensaio reflete sobre os impactos dos conflitos armados nos processos de escolarização das crianças negras que habitam as regiões periféricas das grandes metrópoles brasileiras. Diante do recrudescimento das operações policiais em territórios de favela e do genocídio negro em curso no país, busca-se discutir como as políticas de (in)segurança pública neoliberais contribuem para fragmentação dos percursos formativos de crianças e jovens, ensejando déficits intra e intergeracionais duradouros. A legitimação subjetiva e material do terror de Estado reflete-se no abandono e na evasão escolar, na distorção idade-série e na imobilidade social, além de fornecer as premissas para a manutenção das dinâmicas de subalternização vigentes. Tensionar o funcionamento do poder punitivo em moldes econômicos impõe, desse modo, discutir como a violência implica no inacesso ao exercício pleno de direitos, produzindo condições de vida e morte diferenciadas às infâncias, a partir de atributos raciais, o que nomeamos de necroinfâncias. O ensaio revisita trabalhos de pessoas autoras do campo da Educação das Relações Étnico-raciais e da Segurança Pública, além de documentos produzidos por coletivos e fóruns nacionais, que explicitam a dimensão funesta dos dados apresentados. Conclui-se destacando os impactos cumulativos da exposição à violência e os efeitos geracionais nas trajetórias de escolarização das crianças e de suas famílias.
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