Infância tutelada, confinada e controlada:
onde fica o acolhimento?
DOI:
https://doi.org/10.12957/teias.2025.89417Palavras-chave:
acolhimento, criança, família, infância, sociologia da infânciaResumo
Poucos são os estudos que versam sobre a infância de crianças tuteladas. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo realizar um exercício reflexivo acerca da experiência do abrigamento que engloba desde a expectativa da adoção, a frustração do enclausuramento e a decisão pela permanência. A pesquisa, de cunho qualitativo, foi realizada em uma Casa de Acolhimento situada em um município do Centro-Sul do estado do Paraná, Brasil. Participaram do estudo 6 profissionais pertencentes ao quadro funcional da Casa de Acolhimento, dentre os quais se destacam: a diretora técnica, a coordenadora da Casa, a pedagoga social, a assistente social, a psicóloga e o educador social. Para a coleta de dados, foram utilizados um questionário sociodemográfico e roteiros específicos de entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra. Para a análise dos dados, elaboramos categorias de análise, segundo a proposta de Bardin (2011). Os resultados revelam que as casas de abrigamento têm uma rotina rígida e controlada, com impactos nas identidades infantis. Chegamos à conclusão de que o abrigamento é marcado por um cerceamento não somente relacionado às possibilidades de acesso à cultura e à socialização, mas também de sonhos e expectativas, desvelando a constituição de uma infância fortemente administrada e disciplinada sob a rubrica do ajustamento.
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