Da redenção à reparação:
a construção da questão racial no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.12957/teias.2024.72066Palavras-chave:
abolição malsucedida, escravidão, estereótipos, marginalização, resistência.Resumo
Este artigo visa analisar a trajetória dos estudos sobre o povo negro, por meio de uma análise histórica do processo de colonização, sobretudo na elaboração de estereótipos que foram utilizados para justificar o processo desumanizador da escravização ancorado nas Teorias Raciais e no racismo científico. Buscamos, ainda, compreender a maneira pela qual alguns iluministas contribuíram para solidificar o processo de invisibilidade do continente africano e dos povos africanos. Discutimos a ideologia da democracia racial brasileira e a maneira como essa narrativa legitimou a marginalização do afro-brasileiro. Para subsidiar esse estudo, realizamos pesquisa bibliográfica, acionando pensadores/as que versam sobre a temática, a saber: Munanga (2000; 2008), Silva (2007), Hernandes (2008), Hall (2006), Guimarães (2001; 2004), Azevedo (1996), Freyre (2005), Fernandes (2008), Ki-Zerbo (2010), dentre outros. Os resultados apontam para a maneira pela qual o racismo foi utilizado como base ideológica da dominação, tanto no colonialismo, quanto no neocolonialismo. No Brasil, essa narrativa, construída a partir da marginalização dos afro-brasileiros, legitimou e inviabilizou a inserção do negro na sociedade brasileira, sobretudo após a abolição, que consideramos malsucedida. Nesse sentido, o racismo operacionalizado no Brasil, de maneira escamoteada, estabeleceu um conjunto de estratégias que foram capazes de promover uma inversão no tocante à promoção da imagem do país como uma democracia racial.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do/a autor/a, resguardando-se os direitos de primeira publicação para a Revista Teias. Sendo esta Revista de acesso público, todos os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais, desde que citada a fonte, quando utilizados os artigos em parte ou no todo.