O tempo de aprender e os embates políticos e conceituais
DOI:
https://doi.org/10.12957/teias.2022.70212Palavras-chave:
alfabetização, tempo de aprender, instrução fônica, ciclo de políticas públicas, formação docente.Resumo
Este estudo tem como objetivo analisar os embates políticos e conceituais do curso de formação continuada do programa Tempo de Aprender (BRASIL, 2020), tendo como pano de fundo a Política Nacional de Alfabetização (PNA) (BRASIL, 2019a), buscando problematizar a retomada da instrução fônica como única forma de alfabetizar. O referido programa de formação docente tem, como foco para o ensino da leitura e da escrita, a instrução fônica balizada pelo estudo das ciências cognitivas, para explicar como a criança se apropria da língua escrita e da leitura. O estudo situado no campo dos Estudos Culturais, caracteriza-se como qualitativo com foco descritivo-analítico, tendo como metodologia a análise de texto documental e como ferramenta analítica o ciclo de políticas públicas. O material empírico selecionado para análise corresponde ao documento escrito programa Tempo de Aprender (BRASIL, 2020). Os resultados do referido estudo possibilitaram a identificação de algumas fragilidades na proposta do Curso, entre as quais se destacam: a padronização da instrução fônica como proposta de ensino e a padronização de uma sequência didática para o trabalho com a instrução fônica. Os tópicos destacados colocam em evidência o silenciamento do letramento no processo de alfabetização e, com isso, o silenciamento de pesquisas que foram produzidas no Brasil nas últimas quatro décadas. Por fim, as análises evidenciam um programa de formação docente que se inscreve numa lógica marcada pela tensão entre continuidades e descontinuidades de concepções teóricas sobre o campo da alfabetização.
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