REFORMAS CURRICULARES: COMO DESCONSTRUIR A SUBALTERNIDADE?
Palavras-chave:
Reforma Curricular. Subalternidade. Educação. Poder DisciplinarResumo
Um dos temas que vem sendo debatido nas pesquisas em Educação é o do fracasso escolar e o das reformas curriculares do ensino fundamental, notadamente a implantação dos ciclos. As pesquisas indicam que, embora as propostas curriculares tenham sido objeto de estudo, muito pouco se tem discutido sobre os seus fundamentos. De modo particular, defrontamo-nos com o paradoxo de que as reformas reproduzem os mesmos problemas estruturais que se propõem a superar. Esta constatação nos incitou a buscar alguns referenciais epistemológicos para entender esta contradição emergente na organização escolar. Tomamos como referencia inicial a teoria de Michel Foucault sobre o saber-poder disciplinar, que nos ajuda a entender como, na escola da modernidade, fabrica-se a individualidade produtiva, mas dócil. Neste contexto institucional, múltiplos processos de resistência engendram movimentos de reformas. Somente os movimentos que se organizam de modo coletivo e ativo podem resultar em transformação estrutural. Entretanto, ao produzir sistemicamente a individualidade e a docilidade, as relações disciplinares reconstituem a sujeição nos processos socioculturais. Para superar os processos de sujeição é preciso reconhecer e desconstruir os dispositivos disciplinares, pautados segundo um modelo de vigilância que é unidirecional, unidimensional, unifocal e objetivista. Fomos buscar em Paulo Freire elementos para compreender as dimensões fundamentais (teórico-metodológicas e, sobretudo, epistemológica)s que nos ajudem a a compreender como promover a dialogicidade nas relações pedagógicas, a assumir a complexidade da prática educacional, de modo especial a formar educadores capazes de promover a mediação educacional como relação entre sujeitos criativos e críticos. Com isso, esperamos indicar perspectivas consistentes reformas curriculares do ensino fundamental que viabilizem a superação estrutural do fracasso escolar.Downloads
Publicado
16-10-2014
Como Citar
FLEURI, Reinaldo Matias. REFORMAS CURRICULARES: COMO DESCONSTRUIR A SUBALTERNIDADE?. Revista Teias, Rio de Janeiro, v. 16, n. 40, p. 99–117, 2014. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistateias/article/view/24553. Acesso em: 1 maio. 2025.
Edição
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Artigos de Demanda Contínua
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