Políticas monstros, currículos e insurgências cotidianas ao fascismo
Ementa
Este dossiê propõe um espaço de problematização das políticas de subjetivação, currículo e insurgências cotidianas frente ao avanço de práticas e afetos associados ao fascismo contemporâneo. Nesse contexto necropolítico, o fascismo vem se caracterizando para além de um regime político, nas manifestações de ódio, disciplinamento de corpos e saberes. Nessa lógica, suas epistemologias de controle se atualizam e os dispositivos de silenciamento se sofisticam, tornando, urgente, o questionamento aos modos como o currículo é mobilizado como campo de disputas. É nesse complexo cenário que as insurgências político-cotidianas rompem com as lógicas de obediência e violência, acolhendo a diferença, na escuta que resiste ao silenciamento, na aula que se transforma em território de resistência, na presença do corpo dissidente que insiste em existir, no projeto de lei ou política pública de educação que ousa reconhecer a cidadania de “monstros”. Partimos da ideia de que os “corpos monstruosos” – figuras ambíguas que transitam pelas margens do que é considerado legítimo e aceitável– operam como metáforas potentes para pensar formas de vida, saberes e práticas que desafiam as normatividades político-curriculares e os regimes de verdade que sustentam projetos hegemônicos e/ou autoritários. O monstro não é apenas figura de rejeição, mas potência criadora, síntese daquilo que não se conforma. Este dossiê busca reunir reflexões latino-americanas que denunciem as manifestações necropolíticas do fascismo contemporâneo e, sobretudo, apontem para formas de enfrentamento que emergem nas brechas do instituído, produzindo articulações estéticas, poéticas, políticas e éticas entre currículos, modos de subjetivação e insurgências monstruosas.
Atenção:
- Esta chamada é facultada aos/às associados/as da ABdC - site para associação https://abdcurriculo.com.br
- os/as autores/as poderão encaminhar um único artigo, escrito individualmente ou em parceria, para um único dossiê ABdC/2025/2026 a ser publicado em um dos 6 periódicos parceiros. em articulação com os editores, as publicações serão distribuídas para publicação nos anos de 2025 e 2026;
- caso o texto seja aprovado, é condição para a publicação que todos/as os/as autores/as estejam associados àABdC, com anuidades atualizadas;
- as normas da ABdC não se sobrepõem àquelas definidas pelos periódicos, inclusive no que se refere ao intervalo mínimo de tempo que se deve observar para publicar em uma mesma revista acadêmica.
Editores convidados:
Márcio Caetano (UFPEL)
Rafael Marques Gonçalves (UFAC)
Marcela Carignano (Universidad Nacional de Córdoba - Argentina).