O ensino afroperspectivista em sala de aula por um olhar outro da educação
DOI:
https://doi.org/10.12957/redoc.2021.56606Palavras-chave:
Lei nº 10.639/03. Afroperspectiva. Denegrir da educação. Exu. PluriversalidadeResumo
Com a implementação da Lei nº10.639/03, alterada pela Lei nº11.645/08, que tornou e reiterou a inclusão do Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana em todos os currículos escolares do país, na tentativa de estabelecer uma Educação fundamentada pelo mútuo respeito entre todos os brasileiros e, consequentemente, na valorização do ensino antirracista no país, é possível reconhecer sem grandes esforços que ainda há um ‘estranhamento’ em práticas didático-pedagógicas, especialmente, por parte dos professores, para a efetividade do trabalho educativo que atenda as expectativas e as demandas das múltiplas negritudes invisibilizadas, marginalizadas e, quase, silenciadas nas cidades, periferias, morros e favelas. Neste sentido, surge a necessidade de propor uma reflexão acerca de novas alternativas didáticas e metodológicas na sala de aula, pautadas nas visibilidades e no reconhecimento da produção de conhecimento e da circularidade dos saberes dos negros africanos e seus descendentes (afro-brasileiros). Além disso, é preciso admitir, defender e legitimar, também, a existência da Filosofia Africana, fundamentada pela inquietude, movimentação e motivação da experiência e exposição do ‘Ser’ em busca e na produção do conhecimento, sob o sustentáculo do encantamento e da ancestralidade. Assim, objetivamente, a proposta didático-metodológica, deste trabalho, é refletir, conceituar e planejar possibilidades pautadas na afroperspectiva filosófica, ou seja, numa educação antirracista e pelo denegrir da educação (NOGUERA, 2012). Com isso, haverá muito mais provocações e perspectivas do que respostas e finalizações; saindo, assim, da totalidade do pensar para pensar a alteridade, evidenciando, com isso, a diversidade polidialógica e pluriversal.
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