NO MEIO DA PANDEMIA, A TERTULIA DE GABRIELA: RELATOS NA CIBERCULTURA PARA VIVER A LITERATURA DE MULHERES
DOI:
https://doi.org/10.12957/redoc.2023.77216Keywords:
Cibercultura, Fruição Literária, Extensão universitária, Tertúlias Dialógicas Literárias, Escritoras, América LatinaAbstract
O presente artigo toma os relatos de experiências (SUÁREZ, 2021) enquanto pressuposto epistemológico para a produção e disseminação de saberes acadêmicos, promovidos por ‘praticantespensantes’ (OLIVEIRA, 2012). Nesta leitura, nosso objetivo geral é o de valorizar como a “Tertulia de Gabriela” – atividade extensionista criada no auge da pandemia de Covid-19, em 2021 – abriu caminhos outros (MIGNOLO, 2003) para se valorizar a literatura não apenas enquanto direito inalienável (CANDIDO, 2004) e espaço para literaturar (CERDEIRA, 2023), mas como lugar para a criação de artefatos culturais (CERTEAU, 2014), estimulando que os sujeitos possam (se) ler (DUBOIS, 1991; COLOMER, 2001) e (des)ler (BARTHES, 2006). É enaltecido de que forma tais experiências refletem o potencial da cibercultura (LÉVY, 1998; RIBEIRO, 2015) não como lugar de tecnologias estéreis, mas de produção de sentidos e de significados, no qual as “Tertulias Dialógicas Literárias” (PALOMARES RUÍZ; DOMÍNGUEZ RODRÍGUEZ, 2019) constroem novos cotidianos de afetos. Dessa forma, o literário é tomado como exercício de fissura de campos de poder (BOURDIEU, 1990, 2002) e, ao mesmo tempo, como exemplo de como é possível protagonizar a desterritorialização e dessujeitação dos seus participantes (MADDALENA; NOLASCO-SILVA, 2022).References
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