METODOLOGIAS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO: NARRATIVAS (AUTO)BIOGRÁFICAS COM SUPORTE DE VÍDEOS
DOI:
https://doi.org/10.12957/redoc.2023.67597Palavras-chave:
Metodologias de pesquisa. Narrativas (auto)biográficas. (Auto)biografia com vídeo. Histórias de vida. Cinema/audiovisual e educação.Resumo
O artigo tece reflexões sobre metodologias de pesquisas a partir do aporte teórico das narrativas (auto)biográficas com o suporte de vídeos, escrutinando um novo jeito de narrar histórias de vida, compatível com a linguagem do cinema/do audiovisual. O surgimento de uma nova ferramenta metodológica inventiva, foi idealizada para superar o distanciamento social que se impôs entre pesquisadores e depoentes, durante a pandemia do Covid-19. A pesquisa busca rememorar, por via remota, histórias de vida de jovens que participaram do projeto de uma escola popular de cinema. Puxando múltiplos fios envoltos na relação entre palavra dada e escuta, pôde-se chegar à compreensão cênica de tramas individuais e coletivas (singulares e plurais), de percursos e cotidianos evidenciados por meio de narrativas (auto)biográficas com o apoio de vídeos. A edição dos filmes foi construída e partilhada com cada um dos participantes, permitindo um encontro com as narrativas de si, proporcionando que os envolvidos no processo pudessem reflexionar suas experiências, para tecer novos diálogos e considerações sobre as suas histórias de vida. A construção do filme tornou-se um processo formativo, tocado pelas tessituras dos encontros individuais e coletivos. Novas conexões foram criadas a partir de um movimento alteritário entre narradores e ouvinte. A proposta inicial de gravação de filmes foi adaptada à atual conjuntura e às possibilidades disponíveis no momento, recriando a linguagem audiovisual como ferramenta metodológica para ampliar o campo de narrativas (auto)biográficas e do cinema.
Referências
ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto. Fontes orais, escritas e (audio)visuais em pesquisa (auto)biográfica: palavra dada, escuta (atenta), compreensão cênica, o studim e o punctum possíveis. In: ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto; BRAGANÇA, Inês Ferreira de Souza; ARAÚJO, Marta S. (org.). Destacados educadores brasileiros: suas histórias, nossa história. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2016.
BENJAMIN, Walter. Obras Escolhidas: Magia e Técnica, Arte e Política. São Paulo: Editora Brasiliense, 1993.
BERGALA, Alain. A hipótese-cinema. Pequeno tratado de transmissão do cinema dentro e fora da escola. Rio de Janeiro: Booklink, Cinead-Lise-FE / UFRJ, 2008.
BRAGANÇA, Inês Ferreira de Souza. Histórias de vida e formação de professores: diálogos entre Brasil e Portugal. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2012.
BRAGANÇA, Inês Ferreira de Souza. Pesquisaformação narrativa (auto)biográfica: trajetórias e tessituras teórico-metodológicas. In: ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto; CUNHA, Jorge Luís; BOAS, Lúcia Villas (org.). Pesquisa (auto)biográfica: diálogos epistêmico metodológicos. Curitiba: CRV, 2018. (Coleção: Pesquisa (auto)biográfica, mobilidades, incertezas e reconfigurações identitárias).
BRAGANÇA, Inês Ferreira de Souza; MAURÍCIO, Lúcia Velloso. Histórias de vida e práticas de formação. In: PASSEGGI, Maria da Conceição; SOUZA, Elizeu Clementino (org.). (Auto)Biografia: formação, territórios e saberes. São Paulo: Paulus, 2008.
BULLA, Gabriela da Silva; BULEGON Ananda; HILGERT Mariana Vargas. Prática cinematográfica: o cinema como potencial ético-estético e transdisciplinar na aula de português como língua. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação. Araraquara, v. 13, n. 4, p. 1832-1850, out./dez., 2018. Disponível em https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/11806/7699 . Acesso em 15 abr. 2020.
CARRIÈRE, Jean-Claude. A linguagem secreta do cinema. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014.
CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano – artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2014.
CLANDININ, D. Jean; CONNELY, F. Michael. Pesquisa narrativa: experiências e histórias na pesquisa qualitativa. 2. ed. Uberlândia: EDUFU, 2015
DELORY-MOMBERGER, Christine. Abordagens metodológicas na pesquisa biográfica. Revista Brasileira de Educação. v. 17, n. 51, set.-dez. 2012. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v17n51/02.pdf . Acesso em 15 set. 2018.
DUARTE, Rosália. Cinema & Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
DUARTE, Rosália; ALEGRIA, João. Formação estética audiovisual: um outro olhar para o cinema a partir da educação. Educação e Realidade. v. 33 (1): p. 59-80. jan. / jun. 2008.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.
JOSSO, Marie-Christine. Experiência de vida e formação. São Paulo: Cortez, 2004.
JOSSO, Marie-Christine. Prefácio. In: ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto (org.). (Auto)biografia e formação humana. São Paulo: Natal: Porto Alegre: Paulus: EdUFRN: EdPUCRS, 2010, p. 9-16.
MARINAS, José-Miguel. La escucha en la história oral: palabra dada. Editorial Síntesis, 2007.
MIGLIORIN, Cezar. Inevitavelmente cinema: educação, política e mafuá. 1. ed. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2015.
OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Cotidianos aprendentes: Nilda Alves, Regina Leite Garcia e as lições nos/dos/com os cotidianos. Momento, v. 25, n. 1, p. 33-49, jan. / jun. 2016.
OLIVEIRA, Priscila Valéria de Oliveira; PANNACCEF, Renato Coelho. Fomento ao Cinema Brasileiro: o papel do Estado. Revista Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação. Ano 11, v. 2, jul. / dez. 2017.
RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Tradução Alain François [etc. e tal]. Campinas, São Paulo: Editora da Unicamp, 2007.
RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. São Paulo: Papirus, 1995.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Docência e Cibercultura

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).