INCURSÕES SOBRE OS TERMOS E CONCEITOS DA EDUCAÇÃO MUSEAL
DOI:
https://doi.org/10.12957/redoc.2019.40729Abstract
A educação em museu pode ser definida como um conjunto de valores, conceitos, saberes e práticas cujo objetivo é o desenvolvimento do visitante. Para abordar o tema, a proposta deste artigo é fazer algumas incursões sobre o entendimento de termos e conceitos da área em questão. Não se pretende fazer uma análise exaustiva, mas revisitar referências que destacam controvérsias de linguagem nas suas definições em diferentes países. Este interesse é motivado por indagações, ainda recorrentes, associadas à compreensão de termos como educação formal, não formal, informal e museal, que podem ser tornar confusos em função de suas finalidades. Isto porque são compartilhados por diferentes instituições com as quais se interrelacionam. Este fato ocorre, essencialmente, uma vez que a maior parte da literatura de caráter museológico difundida sobre os estudos de público provém de países ocidentais desenvolvidos e está e divulgada principalmente em inglês ou francês. Cotejando a literatura nacional e estrangeira pode-se estabelecer o caminho percorrido para a construção dos termos e conceitos usados na consolidação do corpo teórico da educação em museu. Considerando as definições do sociólogo francês Bourdieu, é possível entender a educação museal como um campo de conhecimento, ainda em construção, com pouca autonomia e em processo de acúmulo de capital científico. Neste sentido, busca-se contribuir para o adensamento deste tipo de educação, valorizando-a e legitimando-a, tanto no que diz respeito às suas práticas quanto aos profissionais que as desenvolvem.References
ALLARD, Michael; LANDRY, Anik; MEUNIER, Claire. Où va l'éducation muséale? In: ÉMOND, A. M. (Ed.). Education in museums as seen in Canada, the United States and Europe: research on programs and exhibitions. Canadá: Éditions MultiMondes, 2006. p. 9-20.
ALLARD, Michael; LEFEBVRE, Bernard. (Ed.). La formation en muséologie et en éducation muséale à travers le monde. Canadá: Éditions MultiMondes, 2001.
AVILÉS, Rosa María Hervás; LÁZARO, Antonia María Sánchez; IBÁÑEZ, Magdalena Castejón. El museo como espacio de desarrollo local. Una experiencia de participación ciudadana. In: DUFRESNE-TASSÉ, C.; LARAIGNÉE, A. M. (Ed.). Special issue on research. ICOM Education 27. Roma: Edizioni Nuova Cultura, 2017. p. 45-70.
BALLÉ, Catherine; POULOT, Dominique. Mussées na Europe: une mutation inachevée. Paris: La Documentation Française, 2004.
BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1997.
CASSIN, Michael. The "American" (U.S.) Experience - a swinging pendunlum? In: ÉMOND, A. M. (Ed.). Education in museums as seen in Canada, the United States and Europe: research on programs and exhibitions. Canadá: Éditions MultiMondes, 2006. p. 21-24.
CASTRO, F. O que é educação museal? Educação Museal, 2017. Disponível em: <http://educacaomuseal.org/iniacutecio/o-que-e-educacao-museal>.
Acesso em: 8 mar. 2019.
CAZELLI, Sibele; COIMBRA, Carlos Aberto Quadros; VALENTE, Maria Esther. Educação no MAST: 30 anos de ações e pesquisas. In: VALENTE, M. E.; CAZELLI, S. (Org.). Educação e divulgação da ciência. Rio de Janeiro: Museu de Astronomia e Ciências Afins, 2015. p. 144-179. (Coleção MAST - 30 anos de Pesquisa, v. 2). Disponível em: <http://site.mast.br/hotsite_mast_30_anos/pdf_02/volume_02.pdf>. Acesso em: 26 fev. 2019.
CHAGAS, I. Aprendizagem não-formal/formal das ciências. Relação entre os museus de ciência e as escolas. Revista de Educação, Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, v. 3, n. 1, p. 51-59, 1993.
COIMBRA, Carlos Alberto Quadros; CAZELLI, Sibele; CORRÊA, Maíra Freire Naves; GOMES, Isabel Lourenço. Ampliando audiências: por um museu menos excludente. Diálogos de la Comunicación, n. 88, p. 1-21, 2014. Disponível em: <http://www.dialogosfelafacs.net/wp-content/uploads/2014/01/88_Revista_Dialogos_Ampliando_audiEncias_por_um_museu_menos_excludente.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2019.
COOMBS, P. H. A crise mundial da educação. São Paulo: Editora Perspectiva, 1968.
CORDIER, Jean-Pierre. Les formations muséales en france. In: ALLARD, M.; LEFEBVRE, B. (Ed.). La formation en muséologie et en éducation muséale à travers le monde. Canadá: Éditions MultiMondes, 2001. p. 15-38.
COSTA, Andréa Fernandes. Museu de Ciência: instrumentos científicos do passado para a educação em ciências hoje. (Dissertação), Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGEdu. (Mestrado em Educação), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, Rio de Janeiro, 2009.
CRANE, V.; NICHOLSON, T.; CHEN, M. Informal science learning. In: What the research says about television, science museums and community-based projects? Epharata, Pennsylvania: Science Press, 1994.
DESVALLÉES, André; MAIRESSE, François. (Org.). Dictionaire Encyclopédique de Muséologie. Paris: Armand Colin Éditeur, 2011.
DESVALLÉES, André; MAIRESSE, François. (Ed.). Conceitos-chave de Museologia. SOARES, B. B.; CURY, M. X. Tradução e Comentários. São Paulo: Comitê Brasileiro do ICOM, Conselho Internacional de Museus, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Secretaria do Estado de São Paulo, 2013.
DIERKING, L. D.; FALK, J. H. Science education: informal editorial policy statement. Science Education, v. 83. n. 2, p. 113-114, 1999.
DIERKING, L. D.; MARTIN, L. M. W. Guest editorial: introduction. Science Education, v. 81, n. 6, p. 629-631, 1997.
FALK, J. H.; KORAN, Jr. J. J.; DIERKING, L. D. The things of science: assessing the learning potential of science museums. Science Education, v. 70, p. 503-508, 1986.
FÁVERO, Osmar. Tipologia da educação extra-escolar. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, Instituto de Estudos Avançados em Educação, 1980.
GESCHÉ-KONING, Nicole. The "American" (U.S.) Experience - a swinging pendunlum? In: ÉMOND, A. M. (Ed.). Education in museums as seen in Canada, the United States and Europe: research on programs and exhibitions. Canadá: Éditions MultiMondes, 2006. p. 25-50.
GODIN, B.; GINGRAS, Y. What is scientific and technological culture and how is it measured? Public Understanding of Science, v. 9, n. 1, p. 43-58, 2000.
GOHN, M. G. Educação não-formal e cultura política: impactos sobre o associativismo do terceiro setor. São Paulo: Cortez, 1999. (Coleção questões da nossa época; v. 71).
GRUPO DE ESTUDO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DIVULGAÇÃO EM CIÊNCIA (GEENF). Apresentação. Disponível em: <http://www.geenf.fe.usp.br/v2/?page id=673>. Acesso em: 8 mar. 2019.
HOFSTEIN, A.; ROSENFELD, S. Bridging the gap between the formal and informal science learning. Studies in Science Education, v. 28, p. 87-112, 1996.
IBRAM - INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Documento Preliminar da PNEM. Brasília: Ibram, 2017. Disponível em: <http://pnem.museus.gov.br/wp-content/uploads/2012/08/DOCUMENTO-PRELIMINAR1.pdf>. Acesso em: 4 mar. 2019.
IBRAM - INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Caderno da Política Nacional de Educação Museal. Brasília, DF: IBRAM, 2018. Disponível em: <https://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2018/06/Caderno-da-PNEM.pdf>.
Acesso em: 4 mar. 2019.
LOPES, M. M. A favor da desescolarização dos museus. Educação e Sociedade, v. s/n, n. 40, p. 443-455, 1991.
LOPES, M. M. Convite à leitura. In: MIRANDA, G. G.; SANTOS, M. J. V. C; ESTEVÃO, S. N. M.; FONSECA, V. M. M. (Org.). A função educativa dos museus. Niterói - RJ: Muiraquitã, 2008. p. 19-23.
MCMANUS, Paulette. Topics in museums and science education. Studies in Science Education, v. 20, p. 157-182, 1992.
MCMANUS, Paulette. Uma palavra em seu ouvido... o que você quer dizer quando fala, ou pensa a respeito de educação (formal e informal), aprendizagem e interação? In: MARANDINO, M.; ALMEIDA, A. M.; VALENTE, M. E. A. (Org.). Museu: lugar do público. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009. p. 47-61.
RANGEL, Aparecida; HARDUIM, Barbara; SEIBEL, Maria Ilone. A rede de educadores em museus do estado do Rio de Janeiro: uma contribuição ao campo da educação não-formal. In: CAZELLI, S.; FALCÃO, D.; VALENTE, M. E. (Org.). Encontro Internacional de Educação Não Formal e Formação de Professores, 2012, Rio de Janeiro, RJ. Anais... Rio de Janeiro: MAST, 2012. 1 CD-ROM. Disponível em:
<http://site.mast.br/multimidias/encontro_internacional_de_educacao_nao_formal_e_formacao_de_professores/pdfs-comunic/ResumoEstendido_Aparecida_Rangel.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2019.
ROGERS, A. Looking again at non-formal and informal education: towards a new paradigm, 2004. Disponível em: . Acesso em: 7 fev. 2019.
TERUGGI, Mario. Museums and scientific and technological development. Museum, v. 25, n. 3, p. 127-131, 1973.
TRILLA, J. La educación fuera de la escuela. Barcelona: Ariel, 1998.
VALENTE, Maria Esther. Momentos dos museus de ciência e tecnologia no Brasil. In: MARANDINO, M.; ALMEIDA, A. M.; VALENTE, M. E. A. (Org.). Museu: lugar do público. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009. p. 211-227.
VALENTE, Maria Esther. Da dimensão à função educativa no museu: algumas incursões. In: COSTA, A. F.; RANGEL, A. M. S.; CASTRO, F. S. R.; HENZE, I. A. M.; VALENTE, M. E.; SOARES, O. J. (Org.). O lugar da educação nos museus. Rio de Janeiro: Museus Castro Maia, 2018. p. 41-48. (Museu de Ideias - Edição 2017). Disponível em:
<http://rubi.casaruibarbosa.gov.br/handle/20.500.11997/8886?mode=full>. Acesso em: 4 mar. 2019.
WELLINGTON, J. Formal and informal learning in science. The role of the interactive science centers. Journal of Research in Science Teaching, v. 17, n. 2, p. 99-104, 1990.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).