O ESPAÇO DA FÁBRICA TAMBÉM PODE SER HABITADO POR LIVROS E LEITORES

Abstract

Este artigo tem por objetivo apresentar dados e reflexões acerca da instalação de um espaço não formal de leitura em uma indústria de móveis na região do Vale do Caí, no RS. O texto destaca a motivação dos organizadores do espaço e apresenta o funcionamento, a organização, a aceitação, a busca pelos livros por parte dos trabalhadores, além dos resultados dessa atividade promotora de leitura. A metodologia baseia-se na pesquisa qualitativa-quantitativa e o instrumento utilizado para o levantamento dos dados foi questionários respondidos por funcionários e idealizadores do projeto. As descobertas foram analisadas à luz de teorias da área da leitura e de outras pesquisas nacionais sobre o tema. Como resultados, evidenciou-se que a maior parte das obras disponíveis no acervo não são literárias, mas volumes de autoajuda, técnicos, motivacionais e espirituais. Dentre os relatos dos leitores, destacam-se os que mencionam a leitura enquanto função utilitarista. Constata-se que a ação influencia muitos funcionários a iniciar ou a potencializar a leitura como prática. Outra evidência é que de 2021 para 2022 as retiradas de livros mensais aumentaram de 38 para 65 ao mês. A investigação traz, ainda, o dado de que a região dialoga com os resultados nacionais sobre leitura e, na maioria dos pontos, se sobressai. Nesse sentido, o texto destaca a importância de que todo e qualquer lugar pode ser um espaço para acolher livros e leitores e que a leitura do texto literário deve ser incentivada como uma importante aliada para o processo de humanização dos sujeitos.