“EU GOSTARIA DE PODER DIZER QUE A LITERATURA É INÚTIL, MAS NÃO É (...)”, UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UM PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA SOBRE A REMIÇÃO DA PENA PELA LEITURA / “I WISH I COULD SAY THAT LITERATURE IS USELESS, BUT IT’S NOT (...)”, AN EXPERIENCE REPORT IN A UNIVERSITY EXTENSION PROJECT ON THE REMEDY OF PENALTY FOR READING

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar uma espécie de relato das experiências construídas a partir de um projeto de extensão universitária que atua na promoção da remição da pena pela leitura em unidades prisionais do Estado do Rio de Janeiro. A partir de uma metodologia participativa, docentes e estudantes monitores atuantes no projeto apresentam e discutem obras literárias com o objetivo garantir a realização da remição de 4 (quatro) dias da pena para cada livro lido pelos participantes, após avaliação do relatório de leitura ou da resenha crítica correspondente à obra literária lida. Além da realização de rodas de leitura em unidades prisionais, o projeto também apresenta um importante eixo formativo a partir da discussão de textos de sociólogos, filósofos ou antropólogos que investigam, criticam e apresentam dados sobre o sistema prisional, além de uma abordagem da relação entre literatura e cárcere, seja por meio de representações da experiência prisional ou a partir da reflexão sobre a importância da leitura em espaços de privação de liberdade. A partir do relato da experiência construída no âmbito do projeto busca-se refletir sobre o lugar e o papel da leitura literária em espaços de privação de liberdade. O referencial teórico adotado utilizado para a produção desta reflexão crítica parte das contribuições de Antonio Candido presentes no ensaio “O direito à literatura” e também dos pesquisadores Ana Claudia Ferreira Godinho e Elionaldo Fernandes Julião, reunidas no volume “Remição de pena pela leitura no Brasil: o direito à educação em disputa”.