As construções conectoras [com isso] e [como se não bastasse (x)] na promoção da coesão híbrida: um estudo centrado no uso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2021.55575

Palavras-chave:

Coesão sequencial e referencial. Construções conectoras. Linguística Funcional Centrada no Uso.

Resumo

o presente trabalho busca descrever as propriedades formais e funcionais de duas construções conectoras complexas: [com isso] e [como se não bastasse (x)]. O particular interesse por esses objetos, aparentemente tão distintos, está tanto no fato de eles estabelecerem relações coesivas mais amplas quanto no de operarem em diferentes níveis: conectam orações, períodos e/ou parágrafos. Para esta pesquisa, empregamos metodologia quali-quantitativa para o estudo de 60 dados do século XXI, extraídos do Corpus Now (www.corpusdoportugues.org). Fundamentamos nossas análises nos pressupostos teóricos da Linguística Funcional Centrada no Uso (cf. CUNHA et al., 2013; OLIVEIRA e ROSÁRIO, 2016, entre outros), em diálogo com os estudos da Linguística Textual (cf. FÁVERO, 2004; KOCH, 2003). Os resultados evidenciam que: i) tais construções estabelecem uma coesão híbrida, isto é, tanto sequencial quanto referencial, haja vista que, ao mesmo tempo em que apresentam elementos que promovem a conexão lógica, encapsulam porções precedentes do texto; ii) a porção encapsulada de material precedente está associada à posição assumida pela construção dentro do texto; iii) [com isso] é uma construção polissêmica e pode atuar como conector lógico ou como sequenciador; iv) [como se não bastasse (x)], além de atuar como conector de adição, expressa a postura epistêmica do falante.

Biografia do Autor

Monclar Guimarães Lopes, Universidade Federal Fluminense

Professor adjunto do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas e do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da UFF.

Samara Costa Moura, Universidade Federal Fluminense

Mestre em Língua Portuguesa pela UFF.

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Publicado

2021-01-13

Edição

Seção

Dossiê: Funcionalismo e Cognitivismo: o viés cognitivista da gramática funcional