A literatura frenética finissecular nos folhetins de Gomes Leal

Autores

  • Maria Cristina Batalha Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2020.51545

Palavras-chave:

Gomes Leal, Literatura frenética, Folhetim, Decadentismo

Resumo

A produção novelística de António Duarte Gomes Leal (1848-1921), um dos mais novos da Geração de 70, é marcada por uma tensão erótica, entre o delírio e o mistério, nos moldes da chamada “literatura frenética”, dominante, na França, nos meados do século XIX, e mais para o fim do século, em Portugal, coincidindo com  o período conhecido por “decadentismo”. Em sua obra, Eros é submetido à dor e à morte, e as paixões violentas se desenvolvem em locais soturnos, imersos em escuridão, nos quais predomina  o sentimento de aprisionamento face ao exterior (cemitérios, castelos). O satanismo manifesta-se no gosto pelo excesso e o arrebatamento. Através de três novelas de Gomes Leal, publicadas em fascículos como brinde aos leitores do jornal Diário de Notícias, destacam-se a concepção de um universo marcado pelo fantástico e o grotesco, pelo masoquismo e o sadismo, expressando uma visão dualista do homem, inspirada em  Baudelaire, e bem ao gosto dos leitores dos folhetins do final do século XIX.

Biografia do Autor

Maria Cristina Batalha, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutora em Literatura Comparada, pela UFF, em 2003. Profa. Associada do Instituto de Letras da UERJ. Bolsista de produtividade do CNPq. Bolsista do programa Prociência da UERJ/FAPERJ. Membro associado do CREPAL (Centre de Recherche sur les Pays Lusophones) da Universidade de Paris 3, Sorbonne-Nouvelle. Pós-doutorado de 2007 a 2008 e em 2015 a 2016, no CREPAL, da Iniversité Sorbonne-Nouvelle, Paris 3, com bolsa da CAPES. Membro do GR.Pesq " Nós do Insólito: vertentes da ficção, da teoria e da crítica", vinculado à ANPOLL, e do Projeto "Vertentes do Insólito Ficcional", vinculado ao CNPq. Livros publicados: O fantástico brasileiro: contos esquecidos, pela editora Caetés, 2011; Nelson Rodrigues, persona, pela EDUERJ, em 2013. Vários aritgos e capítulos de livro, publicados no Brasil e no exterior. Organizadora de eventos acadêmicos e de obras coletivas. Projeto em desenvolvimento na UERJ, inscrito na SR2, "Literatura menor, literatura maior (II)", com financiamento FAPERJ. Este projeto tem por proposta  estudar algumas manifestações literárias consideradas pela crítica como "menores", sobretudo no espaço das literaturas francesa, brasileira e portuguesa, no período identificado como “ultra-romântico”, onde viceja a chamada literatura  "frenética “ e também as demais manifestações da chamada literatura menor no espaço das literaturas africanas de língua portuguesa e francesa. o projeto "Escritores menores: seu legado e contribuição para o arquivo literário", com bolsa do CNPq, a iniciar-se em março de 2017, tem como objetivo principal estudar os autores considerados “menores" pela historiografia literária e os espaços de visibilidade/invisibilidade a eles reservados nos séculos XIX e início do XX,  nos contextos do Brasil, França  e Portugal. Pela condição de "menores", também serão contemplados alguns escritores africanos de língua portuguesa e de língua francesa, dando, assim, sequência ao meu perfil de pesquisa anterior.

 

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Publicado

2020-09-05

Edição

Seção

Dossiê: Periódicos & Literatura