A declaração de morte, um revelador de dificuldades interacionais no serviço telefônico de emergência

Autores

  • Marty Laforest Universidade de Quebec em Trois-Rivières
  • Jessica Rioux-Turcotte Universidade de Quebec em Trois-Rivières.

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2020.47482

Palavras-chave:

Chamadas de emergência, Dificuldades de comunicação, Interação, Linguagem no trabalho, Formação profissional

Resumo

Nas chamadas telefônicas dirigidas ao serviço de emergência, é comum que o estado emocional do chamador esteja alterado, em virtude do caráter perturbador do acontecimento motivador da chamada e da necessidade de se tomarem providências rapidamente. No entanto, apesar da premência característica de tais situações, um olhar atento revela que essas interações costumam desenvolver-se de maneira eficiente e inteligível, e podem ser consideradas harmoniosas.  Há, entretanto, uma situação singular que é marcada pelo surgimento de dificuldades de comunicação entre o chamador e o atendente: quando uma pessoa é declarada morta. Esta contribuição se interessa pelas chamadas de emergência em que é feito um anúncio de morte. Nossa análise, conduzida numa perspectiva interacionista, baseia-se num corpus de chamadas dirigidas ao serviço telefônico de emergência 9-1-1. Descreve a resistência do chamador às solicitações e às instruções do atendente nessa situação. Concluímos que esse desalinhamento interacional está associado ao caráter padronizado do treinamento recebido pelos atendentes.

Biografia do Autor

Marty Laforest, Universidade de Quebec em Trois-Rivières

Doutora em Linguística pela Universidade Laval (Quebec, Canadá). Membro do Centro de Pesquisa Interuniversitária de Francês em Uso no Quebec (CRIFUQ) e da Associação Internacional de Linguistas Forenses. Professora titular da Universidade de Quebec em Trois-Rivières.

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Publicado

2020-01-08

Edição

Seção

Dossiê: Acidentes na interação : expressão e controle da emoção e do afeto