Errantes, diferentes, desiguais: em torno de Os emigrantes, de W. G. Sebald

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2019.43215

Palavras-chave:

Ficção contemporânea. História. Memória. Trauma. Realismo. Crítica.

Resumo

Este trabalho propõe uma leitura crítica de Os emigrantes, de W. G. Sebald (2002), problematizam as dicotomias estabelecidas na modernidade entre uma promessa de mobilidade contraposta à clausura de um mundo marcado, conforme a acepção de Walter Benjamin, pelo “mal do progresso” inscrito no pesadelo da história. A ficção de Sebald se constrói nas interseções entre memória, documento, história, etnografia e ficção. Seu texto será lido como movimento de passagem que convoca a crítica à análise de uma série discursiva composta por um campo reflexivo em torno das antinomias de uma Europa moderna arrebatada no século XX pelo trauma, pela catástrofe e pela ruína. Neste sentido, Sebald dialoga com formas textuais híbridas que, por meio de uma poética do fragmento, renova o realismo literário, influenciando decisivamente a prosa ficcional contemporânea. Em Sebald, a tematização do mundo arruinado se converte em uma alegoria da era das catástrofes e do destino de sujeitos migrantes. O artigo discute as implicações teóricas e o alcance deste conjunto de temas e reflexões.

Biografia do Autor

Paulo César Silva de Oliveira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutor em Letras pela UFRJ e Pós-doutor em Estudos de Literatura pela UFF. Professor Adjunto de Teoria Literária (Departamento de Letras) na FFP/UERJ. Bolsista do PROCIÊNCIA (FAPERJ/UERJ) e Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

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Publicado

2019-10-05

Edição

Seção

Dossiê: Poéticas em trânsito: espaços, deslocamentos e temporalidades múltiplas