Pra quem é, bacalhau basta: da opacidade e produtividade das construções idiomáticas

Autores

  • Maria Angélica Furtado da Cunha Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Edvaldo Balduino Bispo Universidade Federal do Rio Grande do Norte

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2019.38075

Palavras-chave:

Construções idiomáticas, Relação forma-função, Gradiência.

Resumo

Neste artigo, analisamos construções idiomáticas do português do Brasil (PB), a exemplo de pra quem é, bacalhau basta e tirar leite de pedra. Objetivamos discutir a relação forma-função nessas construções, de modo a explicitar a gradiência existente nessa relação. Para tanto, assumimos os pressupostos da Linguística Funcional Centrada no Uso (FURTADO DA CUNHA; BISPO; SILVA, 2013) e da Gramática de Construções (GOLDBERG, 1995; TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013), e tomamos como material de análise diferentes idiomatismos do PB. Consideramos as propriedades gerais das construções, com foco na esquematicidade, produtividade e composicionalidade. Nessa direção, verificamos que essas construções variam de totalmente especificadas a parcialmente preenchidas; são, em geral, de baixa produtividade; e, prototipicamente, caracterizam-se pela opacidade. Constatamos também a atuação de processos metafóricos e metonímicos na formação desses idiomatismos, a variabilidade de recursos linguísticos utilizados em sua estruturação e o grau de fusão entre seus elementos constituintes, além da versatilidade morfossintática que podem apresentar.

Biografia do Autor

Maria Angélica Furtado da Cunha, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Professora Titular de Linguística da UFRN. Professora permanente do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem, UFRN, e professora visitante do Programa de Pós-graduação em Linguística, UFPB.

Edvaldo Balduino Bispo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Doutor em Estudos da Linguagem, na área de concentração em Linguística Aplicada, pela UFRN. Atualmente, é Professor Associado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Câmpus de Natal, onde atua nas áreas de Língua Portuguesa, na graduação, e de Linguística, na pós-graduação. Pesquisador do Grupo de Estudos Discurso & Gramática, desenvolve projetos e orienta trabalhos contemplando temas relacionados à morfossintaxe do português em perspectiva funcional, além de questões relativas ao ensino de língua portuguesa na Educação Básica. É coorganizador dos livros Orações relativas no português brasileiro: diferentes perspectivas (EDUFF, 2014) e Variação e mudança em perspectiva construcional (EDUFRN, 2018).

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Publicado

2019-01-30

Edição

Seção

Dossiê: Novos encaminhamentos teórico-metodológicos da Linguística Funcional Centrada no Uso