Museu de momentos: poesia, memória e fotografia em Ana Martins Marques
Resumo
Este ensaio propõe-se a analisar as relações entre poesia, memória e fotografia na obra poética de Ana Martins Marques, particularmente nos poemas “Museu” e “Aparador”, de O livro das semelhanças (2015). Interessa-nos investigar de que modo a temática da memória se apresenta na poesia de Marques, sobretudo no que diz respeito à fotografia enquanto dispositivo de armazenamento do passado. Para tanto, as reflexões de Agamben (2007; 2009) sobre a museificação do mundo e a fotografia servem como suporte teórico desta reflexão. Verificamos, através deste estudo, que a fotografia, nos poemas de Ana Marques, não apenas procura captar ou registrar os fatos significativos de uma existência, mas sobretudo aquilo que é banal e insignificante, e, até mesmo, aquilo que não foi fotografado. Assim, a poeta propõe um museu de ninharias, de instantes banais, subvertendo o sentido comum atribuído à prática dos museus enquanto locais de armazenamento dos objetos e obras representativas da história e dos movimentos culturais ou artísticos.
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.12957/soletras.2018.33098
SOLETRAS online - ISSN 2316 8838
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