A poesia excêntrica de Medeiros e Albuquerque: o decadentismo na Academia

Autores

  • Irineu Eduardo Jones Corrêa Fundação Biblioteca Nacional/MinC

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2017.30620

Palavras-chave:

Belle-époque, Decadentismo, Esteticismo, Poema, Tribo.

Resumo

Este trabalho aborda a presença da poesia decadentista no campo literário brasileiro, com foco especial no trabalho de Medeiros e Albuquerque (1867-1934), um jovem poeta que publica seus dois livros com menos de 23 anos de idade. Seus poemas daquele período são pouco conhecidos e, quando comentados são tratados de modo secundário, embora o autor tenha se consagrado como jornalista, conferencista, crítico literário, contista e cronista, memorialista, filólogo, autor da reforma ortográfica de 1907 e estado no grupo fundador da Academia Brasileira de Letras. A hipótese desenvolvida aqui é a de que essa recepção não considera a retórica e os rituais da época e do modelo decadentista. Ao proceder uma reaproximação de sua obra considerando estes parâmetros, observa-se que seu poema amplia suas dimensões, revelando-se um trabalho perfeitamente engajado em seu tempo e na estética decadentista. Os procedimentos de leitura e síntese propostos aqui são baseados na análise do discurso, conforme desenvolvida por Dominique Maingueneau, e nos estudos sobre a organização dos sistemas simbólicos de Pierre Bourdieu.

DOI: 10.12957/soletras.2017.30620

 

Biografia do Autor

Irineu Eduardo Jones Corrêa, Fundação Biblioteca Nacional/MinC

Tem Doutorado e Mestrado em Letras, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com Graduação e Licenciatura em Psicologia, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. É pesquisador sênior da Fundação Biblioteca Nacional/FBN. Foi beneficiário de estágio "Profession Culture", da Bibliothèque nationale de France. Seu trabalho tem ênfase em Teoria Literária, especialmente nas relações do texto escrito com poder simbólico, a poesia e a psicanálise. Está associado a grupos de pesquisa da FBN e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É um dos idealizadores do projeto Periódicos & Literatura: publicações efêmeras, memória permanente, coordenando a produção da página digital do projeto. Publica regularmente em livros e revistas especializadas. É parecerista "ad hoc" de revistas científicas. Foi um dos editores do livro "Papéis efêmeros, explorações permanentes", publicado em 2014. Organizou a publicação de "A sedução do texto: arabescos, paradoxos, simulacros", com textos de Luiz Edmundo Bouças Coutinho, em 2015.

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Publicado

2017-11-09

Edição

Seção

Dossiê: Escritores Esquecidos do século XIX