A verdade como questão em <i>A paixão segundo G.H.</i>, de Clarice Lispector

Autores

  • Antônio Máximo Gomes Ferraz Universidade Federal do Pará
  • Ana Maria Ferreira Torres Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2015.18517

Palavras-chave:

Literatura Brasileira

Resumo

O trabalho pretende investigar como se dá o desvelamento da questão da verdade em A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector. Entendemos que a obra literária é caracterizada pelo desvelar de questões ontológicas que não podem ser definidas, como, por exemplo, a vida, a morte, a liberdade, o bem, o mal, o destino e na presente interpretação, a questão da verdade. Cada obra apresenta um pensamento originário das questões nela presentes. A personagem G.H. era acostumada à beleza dos acréscimos, como por exemplo, os conceitos que formara para si, a fim de não precisar questionar-se. Ao encontrar uma barata em um quarto vazio de seu apartamento, G.H. é levada a questionar sua noção de verdade como correção e adequação do pensamento (correspondente à palavra grega orthotes e à palavra latina veritas) para considerar a verdade como desvelamento (correspondente ao termo grego aletheia). É esta mudança o que conduz a travessia da personagem. Utilizou-se como método a interpretação hermenêutico-fenomenológica da obra, ou seja, a leitura da obra a partir das questões que ela manifesta a partir de si mesma, evitando incorrer na aplicação de teorias prévias ao acontecer da própria arte. Dialogamos com pensadores tais como Martin Heidegger, Platão, Friedrich Nietzsche, entre outros.

Biografia do Autor

Antônio Máximo Gomes Ferraz, Universidade Federal do Pará

Professor Doutor do Curso de Letras do Instituto de Letras e Comunicação da Universidade Federal do Pará. Coordenador do Núcleo Interdisciplinar Kairós ‒ Estudos de Poética e Filosofia.

Ana Maria Ferreira Torres, Universidade Federal do Pará

Estudante de graduação do Curso de Letras do Instituto de Letras e Comunicação da Universidade Federal do Pará.

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Publicado

2016-01-25

Edição

Seção

Estudos Literários