Do Naturalismo ao Gótico: as três versões de “Demônios”, de Aluísio Azevedo

Autores

  • Júlio França Universidade do Estado do Rio de Janeiro Brown University / CAPES
  • Marina Sena Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2014.12998

Palavras-chave:

Literatura Brasileira, Século XIX, Literatura do Medo

Resumo

O presente artigo tem por objetivo refletir sobre a influência da estética gótica na poética naturalista do escritor Aluísio Azevedo. Para tanto, propomos uma leitura de seu conto “Demônios”, uma narrativa de cunho fantástico em que diversos elementos grotescos e mórbidos contribuem para a produção do horror como efeito de recepção. O conto de Azevedo possui três versões: uma em folhetim e duas em livro. A primeira versão foi publicada sob o formato de folhetim no periódico Folha Nova durante o mês de janeiro de 1891; a segunda faz parte da coletânea de contos Demônios, de 1893, organizada pelo próprio autor e publicada pela editora Teixeira Irmãos; e a terceira integra o volume Pegadas, de 1898, organizado e publicado pela editora Garnier. As duas últimas versões da narrativa são significantemente mais curtas do que o folhetim: a segunda difere da primeira por conta da exclusão de um longo episódio de cunho moralizante, e na terceira edição há modificações ainda mais significativas, pois Aluísio Azevedo retirou diversas passagens, sobretudo os trechos com teor sexual explícito e as descrições mais repulsivas. Pretende-se mostrar como essas mudanças, longe de eliminar o caráter gótico da narrativa de Azevedo, afastam-no ainda mais da fatura naturalista.

Biografia do Autor

Júlio França, Universidade do Estado do Rio de Janeiro Brown University / CAPES

Júlio França é Doutor em Literatura Comparada pela UFF e Professor de Teoria da Literatura do Instituto de Letras e do Programa de Pós-graduação em Letras da UERJ. Atualmente é Visiting Scholar na Brown University, com bolsa da CAPES, e líder do Grupo de Pesquisa Estudos do Gótico (CNPq). Os trabalhos de sua atual pesquisa sobre o medo como prazer estético podem sem encontrados no site “sobreomedo.wordpress.com”.

Marina Sena, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Marina Sena é graduanda do Curso de Letras da UERJ e Bolsista de Iniciação Científica (PIBIC/UERJ) da pesquisa “O medo como prazer estético: o Horror, o Sublime e o Grotesco na Narrativa Ficcional brasileira”, sob orientação do Prof. Dr. Júlio França

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Publicado

2014-10-13

Edição

Seção

Dossiê: (Re)Leituras do Gótico literário