O passageiro das trevas: estética e psicologia do monstro em Frankenstein

Autores

  • Thiago Braz UERJ - FFP
  • Maria Cristina Cardoso Ribas UERJ-FFP

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2014.11197

Palavras-chave:

Gótico. Modernidade. Literatura. Monstro. Frankenstein.

Resumo

As experiências transformadoras que marcaram a modernidade foram inscritas, em parte da literatura universal, junto às (de) formações do homem – tanto físicas quanto morais. Dizemos que a configuração de personagens na pele de monstros abomináveis representou tanto uma tentativa de exteriorizar e compartilhar aspectos dissimulados ou particulares do ser humano em crise quanto manifestações da resistência desse sujeito (moderno) ao discurso do poder. O objetivo da pesquisa é mostrar como a figura do monstro na literatura universal pode acionar um mecanismo de recusa dos paradigmas elogiados no período, ao mesmo tempo em que reproduz “o outro” humano (arquétipo sombra (JUNG, 2002) dentro do humano – o lado inconsciente dos homens, segundo a psicanálise de Jung, estudada por Mednicoff (2008). Observamos que tais seres, reconhecidos como bizarros, têm encontrado, na sua passagem pela literatura e por outras linguagens, ampla acolhida na recepção contemporânea. Aqui, nos deteremos na difundida obra da literatura gótica Frankenstein, de Mary Shelley (1831), entendendo a preconizada deformidade do personagem monstruoso não somente como marca de excludência, complexo de inferioridade ou ode à vitimização, mas também como transgressão do modelo vigente e alternativa à sobrevivência. A perspectivização do monstro é entendida por nós como resistência à forma perfeita e, ao mesmo tempo, busca do ser pela própria autonomia através da quebra de expectativas, recusa à massificação, transgressão de normas sociais e reconfiguração identitária.

Biografia do Autor

Thiago Braz, UERJ - FFP

Ex-bolsista Iniciação Científica Faperj e Voluntário no Projeto Releituras de Literatura na Contemporaneidade, da Profa. Maria Cristina Ribas. Email: thiago_sbraz@hotmail.com

Maria Cristina Cardoso Ribas, UERJ-FFP

Professor Associado e Procientista UERJ/Faperj. Email: maricrisribas@uol.com.br

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Publicado

2014-10-13

Edição

Seção

Dossiê: (Re)Leituras do Gótico literário