PODE A DIFERENÇA INSISTIR NAS ENTRANHAS DA SUA PRÓPRIA ANIQUILAÇÃO? MULHERES, MANGUES E MOVIMENTOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/riae.2021.53923

Palavras-chave:

mulheres, mariscagem, corpo, território, resistência

Resumo

Esse artigo integra parte dos efeitos de um percurso de extensão e pesquisa que aproximou alunas e professoras do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Sergipe ao Movimento de Marisqueiras de Sergipe (MMS). Uma pesquisa que tinha como ponto de partida a intenção de acompanhar processos de invenção da vida cotidiana de mulheres marisqueiras em Sergipe, conhecendo os modos de vida; desdobrou-se na produção de método-pensamento que coloca em questão nossos gestos capitalísticos-empreendedores, inclusive, gestos de pesquisa. Por meio dessa ressonância, inspirando-nos em procedimentos etnográficos e cartográficos, constituímos, com a pesquisa, um território comum com as águas, o mangue, as marisqueiras e as pesquisadoras na direção de afirmar a singularidade e a singularização da vida de mulheres marisqueiras, mulheres de povos e comunidades tradicionais. 

Biografia do Autor

Rô Aragão Matias, Universidade Federal de Sergipe

Graduanda em Psicologia (UFS), bolsista PIBIC Cnpq (2019), membro do Observatório Popular de violências, pela vida de mulheres de povos e comunidades tradicionais

Michele de Freitas Faria de Vasconcelos, UFS

Professora do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFS.

Sandra Raquel Santos de Oliveira, UFS

Professora Adjunta do Departamento de Psicologia da UFS

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AUTORAS. 2020. p. 120-124.

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Publicado

12-03-2021

Como Citar

MATIAS, Rô Aragão; VASCONCELOS, Michele de Freitas Faria de; OLIVEIRA, Sandra Raquel Santos de. PODE A DIFERENÇA INSISTIR NAS ENTRANHAS DA SUA PRÓPRIA ANIQUILAÇÃO? MULHERES, MANGUES E MOVIMENTOS. Revista Interinstitucional Artes de Educar, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 210–231, 2021. DOI: 10.12957/riae.2021.53923. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/riae/article/view/53923. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ PEDAGOGIAS VITAIS RIBEIRO RAMALLO OGÊDA