Ayoluwa, a alegria de nosso povo: o livro Olhos d’ água, um fermento para formação antirracista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/teias.2022.70283

Palavras-chave:

currículo, formação docente, DCNERER

Resumo

O presente trabalho propõe refletir sobre as possibilidades da implementação das Diretrizes Curriculares da Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (DCNERER) na formação inicial e continuada de professores, a partir do livro Olhos D´água, de Conceição Evaristo, como recurso didático. A escolha da autora foi inspirada nas reflexões e incômodos apresentados por Anzaldúa (2000) em, Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo, um texto que convida as mulheres de cor do terceiro mundo a escreverem, expondo as dificuldades e atravessamentos neste caminhar, funcionando como uma estratégia também de libertação. A proposta consiste em identificar como algumas recomendações e objetivos presentes nas DCNERER, que pleiteia sobre a construção de um currículo mais plural e diverso, podem ser abordadas a partir do livro Olhos D’água como recurso didático em sala de aula ou em processos de formação de professores, criando espaços seguros de fala e de reflexões críticas. Como encaminhamentos, reforçamos e endossamos que, para a construção de um currículo que consiga abarcar o que as DCNERER propõem, é preciso permitir que vozes como a de Conceição Evaristo ecoem e anunciem, ocupando lugares dos grandes chamados cânones, combatendo o epistemicídio  e contra-colonizando este território de poder e disputa, seja no ensino superior, ou na educação básica.

Biografia do Autor

Flávia Paola Félix Meira, Universidade Federal de Juiz de Fora

Professora de História, doutoranda em Educação pela UFJF (2019) e mestra em Educação e Formação Humana pela Universidade do Estado de Minas Gerais/UEMG (2016/2018). Ambas as pesquisas abordam a educação étnico-racial articulada a formação inicial e currículo. 

Julvan Moreira de Oliveira, Professor do Departamento e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Professor do Departamento e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), atualmente Diretor de Ações Afirmativas; Doutor e Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP); Especialista em Ciências Sociais (Antropologia, Sociologia e Política) pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP); Licenciado em Filosofia pela Universidade São Francisco (USF-SP); Graduado em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da Arquidiocese de São Paulo; membro do GT 21 - Educação e Relações Étnico-raciais - da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação (ANPED); Co-coordenador do GT Filosofia Africana e Afrodiaspórica da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN); Co-coordenador do Instituto de Filosofia Africana no Brasil (IFA); membro do Conselho Municipal para a Promoção da Igualdade Racial de Juiz de Fora (COMPIR); líder do Grupo de Pesquisas em Africanidades, Imaginário e Educação (ANIME); membro da Red Iberomericana de Investigación en Imaginarios y Representaciones. Atua na área de Antropologia Educacional e Filosofia da Educação, com interesse nos seguintes temas: africanidades; filosofia africana; imaginário afro-brasileiro; diversidade étnico-racial; socioantropologia do cotidiano

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Publicado

28-11-2022

Como Citar

Félix Meira, F. P., & de Oliveira, J. M. (2022). Ayoluwa, a alegria de nosso povo: o livro Olhos d’ água, um fermento para formação antirracista. Revista Teias, 23(71), 10–23. https://doi.org/10.12957/teias.2022.70283

Edição

Seção

É “sobre” ser professor(a): poéticas/pruridos de anunciação da formação docente nas políticas curriculares