REFORMAS CURRICULARES: COMO DESCONSTRUIR A SUBALTERNIDADE?

Reinaldo Matias Fleuri

Resumo


Um dos temas que vem sendo debatido nas pesquisas em Educação é o do fracasso escolar e o das reformas curriculares do ensino fundamental, notadamente a implantação dos ciclos. As pesquisas indicam que, embora as propostas curriculares tenham sido objeto de estudo, muito pouco se tem discutido sobre os seus fundamentos. De modo particular, defrontamo-nos com o paradoxo de que as reformas reproduzem os mesmos problemas estruturais que se propõem a superar. Esta constatação nos incitou a buscar alguns referenciais epistemológicos para entender esta contradição emergente na organização escolar. Tomamos como referencia inicial a teoria de Michel Foucault sobre o saber-poder disciplinar, que nos ajuda a entender como, na escola da modernidade, fabrica-se a individualidade produtiva, mas dócil. Neste contexto institucional, múltiplos processos de resistência engendram movimentos de reformas. Somente os movimentos que se organizam de modo coletivo e ativo podem resultar em transformação estrutural. Entretanto, ao produzir sistemicamente a individualidade e a docilidade, as relações disciplinares reconstituem a sujeição nos processos socioculturais. Para superar os processos de sujeição é preciso reconhecer e desconstruir os dispositivos disciplinares, pautados segundo um modelo de vigilância que é unidirecional, unidimensional, unifocal e objetivista. Fomos buscar em Paulo Freire elementos para compreender as dimensões fundamentais (teórico-metodológicas e, sobretudo, epistemológica)s que nos ajudem a a compreender como promover a dialogicidade nas relações pedagógicas, a assumir a complexidade da prática educacional, de modo especial a formar educadores capazes de promover a mediação educacional como relação entre sujeitos criativos e críticos. Com isso, esperamos indicar perspectivas consistentes reformas curriculares do ensino fundamental que viabilizem a superação estrutural do fracasso escolar.

Palavras-chave


Reforma Curricular. Subalternidade. Educação. Poder Disciplinar

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ISSN 1518-5370 [impresso] • 1982-0305 [eletrônico]
Teias, uma publicação eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Educação – ProPEd/UERJ
Qualis/Capes - A2 (2017/2018) 
DOI: 10.12957/teias

 

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