ORA...ORA...ORA... A ÉTICA INFANTIL E A PESQUISACOM AS CRIANÇAS E SUAS IMAGENS

Autores

  • Carmen Lúcia Vidal Pérez

Palavras-chave:

pesquisacom, ética infantil, ritornelo, terna empiria, invenção

Resumo

O presente artigo busca discutir as implicações éticas nas pesquisas com o cotidiano das escolas, com crianças e com suas imagens. No primeiro momento, a partir da grafia pesquisacom problematizamos o conectivo com na perspectiva das redes cotidianas de saberesfazeres, a partir das noções de comum e singular, mais especificamente de singularidade, para pensarmos uma ética de pesquisa com os sujeitos praticantes da/na escola. No segundo momento trazemos o conceito de ritornelo (Deleuze e Guattari) como base (ou solo nas palavras dos autores), das imagens polifônicas engendradas pelas crianças. O ritornelo como “lei costumeira”, “não escrita” é um ethos, mas o ethos é também a morada. E é como morada que pensamos o que vimos chamando de “ética infantil”; não uma ética das crianças, mas uma ética com as crianças, não uma ética que controla, delimita, prescreve; mas uma ética que escapa ao sentido dado, que escapa à palavra acostumada e produz imagens outras - que não é técnica, que não faz procedimento. A ética infantil é singular, é experimentação, é experiência - abertura onde circulam palavras, sentidos, possibilidades, onde se produz narrativas (também visuais); vibração, variação, decomposição, com-posição, projeção, transformação, movimento. A ética infantil é o movimento nômade no território dos afetos: uma “geo-ética” - plano de experimentação, linha de fuga que o desejo abre, fluxo que faz agenciamentos coletivos, movimento que sai em busca de novos territórios. A ética infantil não generaliza verdades, não pode ser provocada e não se programa em um mapa de causalidades e efeitos, certezas, mas aponta uma possibilidade de fuga de um território e está sempre aberta para novos encontros. Num terceiro momento, ainda no movimento de “por os conceitos a funcionar” (Corazza,2000), procuramos, a partir da noção de “terna empiria” (Benjamin, 1993), pensar a “ética infantil” no trabalho com as crianças e com as imagens das crianças nos cotidianos da escola, sempre uma aventura, sempre uma experimentação, sempre um improviso, sempre um movimento que faz da pesquisacom (os cotidianos, as crianças, as professoras, as escolas,etc.) um ato criativo.

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Publicado

14-09-2015

Como Citar

Vidal Pérez, C. L. (2015). ORA.ORA.ORA. A ÉTICA INFANTIL E A PESQUISACOM AS CRIANÇAS E SUAS IMAGENS. Revista Teias, 16(42), 49–69. Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistateias/article/view/24532