GÊNERO E SEXUALIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR: CONCEPÇÕES DAS DIRETORAS FRENTE A PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÕES COM ESTUDANTES LGBTT.

Autores

  • Gabriela da Silva Universidade Federal de Santa Catarina.

DOI:

https://doi.org/10.12957/redoc.2019.39516

Resumo

A pesquisa em nível de mestrado procurou responder à seguinte questão: - Qual a importância que as dimensões de gênero e sexualidade adquirem na concepção das diretoras escolares no reconhecimento ou desconhecimento da discriminação e do preconceito em relação a lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros (LGBTT)? O objetivo geral foi pesquisar as concepções das diretoras atuantes na rede municipal de educação - Tubarão sobre preconceitos e discriminações relacionados aos sujeitos que não tem uma correspondência entre sexo biológico, identidade de gênero e expressão da sexualidade socialmente esperados. Como objetivos específicos o estudo se propôs identificar as concepções das diretoras sobre questões de gênero, sexo e sexualidade; evidenciar a existência do preconceito e discriminação para com alunos LGBTT na concepção das diretoras; analisar o posicionamento das diretoras frente a atitudes de preconceitos e discriminação por parte dos alunos, funcionários e professores. Os referenciais teóricos pautaram-se nos aportes dialéticos, culturalistas, identitárias e das diferenças. Os “Estudos Queer” contribuíram para a compreensão da escola como possível espaço de subversão das normas de gênero/sexo, superando as propostas que fixam os sujeitos em estruturas rígidas, deterministas e convencionais. A pesquisa teve como lócus o ambiente escolar da rede municipal de ensino de Tubarão, compreendendo seis das oito unidades escolares que oferecem as séries finais do ensino fundamental. A metodologia foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com seis diretoras de escola. Com relação aos resultados, observou-se que as discriminações e preconceitos surgidos no espaço escolar ou são encaminhadas por um trabalho pontual e não sistemático, ou se reduzem a sermões que envolvem o poder atribuído à diretora na exigência do respeito às diferenças. A sexualidade é vista como atrelada ao sexo biológico, e os casais heterossexuais são vistos como extensão da ideia de reprodução e pelo viés da prevenção a DSTs/HIV/AIDS. Identificou-se uma lacuna na formação inicial e continuada das diretoras com temáticas que envolvam o universo das diferenças sexuais e de gênero, de forma que a discussão na escola é atribuída aos profissionais da área da saúde. Neste sentido, é imprescindível destacar o desafio da escola na luta pela transformação de ideologias conservadoras e dominantes, ainda heteronormativa, que excluem meninas e meninos por suas identidades de gênero e sexual e lutar pelo compromisso da escola em “educar” para as questões humanas, e entre elas as referentes à sexualidade e ao gênero.

Biografia do Autor

Gabriela da Silva, Universidade Federal de Santa Catarina.

Doutoranda em Educação PPGE/UFSC linha de pesquisa Sujeitos. Processos Educativos e Docência/Ensino e Formação de Professores. Co-fundadora do NeTrans.

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Publicado

2019-06-02

Como Citar

SILVA, Gabriela da. GÊNERO E SEXUALIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR: CONCEPÇÕES DAS DIRETORAS FRENTE A PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÕES COM ESTUDANTES LGBTT. Revista Docência e Cibercultura, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 232–233, 2019. DOI: 10.12957/redoc.2019.39516. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/re-doc/article/view/39516. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Resumos de Teses e Dissertações

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