CRIATURA, MONSTRO, ANIMAL, CARNE OU CARNIÇA: A NOTÁVEL PERPETUAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS FEMININOS DA CULTURA MISÓGINA / Creature, monster, animal, meat or carrion: the noticeable perpetuation of the feminine archetypes of misogynist culture

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/pr.2020.47646

Palavras-chave:

Misoginia. Feminismo. Alteridade. Mulheres na Cultura.

Resumo

Nas culturas de todos os tempos e territórios, pessoas dependem de estruturas construídas para organizar suas vidas de forma a entender a si mesmos e aos outros. Essas narrativas reguladoras, termo utilizado pela teórica e crítica cultural Gayatri Chakravorty Spivak (2010), irão legitimar e estabelecer o que é aceitável ser ou fazer. As identidades que os indivíduos assumem e são convencidos a representar são infinitamente múltiplas e apresentam-se saturadas de relações de poder. No escopo da ampla questão da misoginia no campo das artes, este texto reflete sobre a herança residual das construções que o pensamento patriarcal fez da mulher e de sua estrutura corpórea como sujeito, a partir de representações artísticas em variadas linguagens. A exploração dos conceitos de monstro, disforme, perigosa, carne e animal é aqui utilizada como forma de investigação da dimensão sócio-histórica, frente as mais diversas perspectivas que estigmatizam negativamente a figura feminina, partindo de uma análise acerca das transformações ocorridas na transição da cultura fin-de-sécle para a moderna e, finalmente, para a contemporaneidade. Buscando compreender modos de interpretação diferenciados, outras linguagens e sujeitos pertinentes, bem como possíveis posicionamentos éticos e políticos, esse artigo objetiva sugerir novos olhares e interpretações acerca das imagens, experiências e informações a que somos expostos, a fim de documentar e ilustrar novas historiografias e conhecimentos, considerando os diferentes regimes de visibilidade e suas possíveis consequências sociais.

Biografia do Autor

Thiane Nunes, UFRGS

Thiane Nunes é Doutoranda em Artes Visuais, com ênfase em História, Teoria e Crítica pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Autora do livro Configurações do Grotesco: da Arte à Publicidade (ISBN 85-89344-03-7). Desde o Mestrado, pesquisa as questões de presenças e ausências na arte, bem como os diferentes regimes de representação. Também atua na investigação das poéticas e registros de arqueologia urbana (URBEX). Como artista, é integrante do grupo EX, participa de projetos coletivos, envolvendo performances musicais e intervenções urbanas interdisciplinares. Atualmente desenvolve tese que analisa a misoginia, o patriarcado cultural e a invisibilidade da mulher artista, com interesse em registros historiográficos e revisionismo, em especial no período que compreende as Vanguardas Históricas e os modernismos díspares. Trabalha sob uma perspectiva social e feminista da arte, apontando questionamentos em relação ao cânone e praticando a perturbação dos discursos e narrativas feitas pela historiografia oficial. Possui livro, traduções, entrevistas e artigos publicados, no país e exterior. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6863554229175795

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Publicado

2020-05-01

Como Citar

Nunes, T. (2020). CRIATURA, MONSTRO, ANIMAL, CARNE OU CARNIÇA: A NOTÁVEL PERPETUAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS FEMININOS DA CULTURA MISÓGINA / Creature, monster, animal, meat or carrion: the noticeable perpetuation of the feminine archetypes of misogynist culture. Pensares Em Revista, (18). https://doi.org/10.12957/pr.2020.47646