O TEXTO IMAGÉTICO NA CONSTRUÇÃO DA AUTORIA
Resumo
O presente artigo, desenvolvido sob o apoio teórico da Análise do Discurso, se propõe a apresentar um estudo acerca do uso de textos imagéticos nas aulas de Língua Portuguesa como facilitador da assunção dos alunos à autoria de seus textos. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), o texto assume um papel importante no ensino de Língua Portuguesa. Porém, é explorado de modo a não contribuir com a capacidade interpretativa dos alunos, ou seja, utilizado para o ensino de metalinguagem. Dessa maneira, a escola forma alunos dependentes do discurso pedagógico, que somente reproduzem o imposto pela escola; são os denominados sujeitos-escreventes (ASSOLINI, 2008). Já os sujeitos-autores são aqueles que dotam seus textos de sentidos (ORLANDI, 2002), conforme sua constituição ideológica. Com o objetivo de analisar os gestos interpretativos e a posição dos alunos quanto à autoria na leitura do texto imagético, a coleta dos dados foi aplicada em uma 7ª série de uma escola do Ensino Fundamental. Para isso, propomos uma produção textual a partir da leitura de um texto imagético e após, houve a reescritura imagética deste. Através das análises, percebemos que, em muitos momentos de suas escrituras, os alunos criaram o efeito de originalidade, logo o interpretaram singularmente. Nas reescrituras imagéticas, por sua vez, eles deslocaram os sentidos postos pelo texto-origem, preenchendo as lacunas deixadas pela imagem. Assim, foi possível concluir que o uso de textos imagéticos, nas aulas de Língua Portuguesa, estimula os alunos a assumirem a autoria de seus textos.
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PDFDOI: https://doi.org/10.12957/pr.2014.14116
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