IMAGEM CORPORAL NO CÁRCERE: PERCEPÇÕES DE MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE

Autores

  • Ana Luísa Canário Carlos de Andrade Universidade Potiguar
  • Ana Paula Dias Inocêncio Barbosa Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Ursula Viana Bagni Universidade Federal do Rio Grande do Norte http://orcid.org/0000-0002-3355-1795

DOI:

https://doi.org/10.12957/demetra.2018.33309

Palavras-chave:

Prisões. Saúde da mulher. Imagem corporal. Estado Nutricional.

Resumo

Objetivo: avaliar a percepção da imagem corporal em mulheres privadas de liberdade em regime fechado em relação ao corpo atual, corpo antes do encarceramento e corpo ideal. Metodologia: Estudo transversal, desenvolvido com 149 reclusas em regime fechado em Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. A imagem corporal foi avaliada a partir de uma escala de figuras de silhuetas validada para brasileiros, contendo 15 figuras e seus respectivos valores de índice de massa corporal. Cada participante apontou qual figura refletia seu corpo atual (no momento da entrevista), seu corpo antes da reclusão e o corpo que gostaria de ter. As análises referentes ao conceito de corpo ideal e à percepção de mudança no corpo após a reclusão foram realizadas por meio do teste qui-quadrado, considerando-se o p-valor <0,05 para significância estatística. Resultados e discussão: Metade das reclusas percebeu-se como obesa (50,3%) ou sobrepeso (26,8%). Em relação ao corpo desejado, 83,8% almejam estar acima do peso, e 40% das mulheres obesas desejam manter o tamanho do corpo ou ainda aumentá-lo. Desse modo, evidenciou-se que a imagem corporal e do referencial de corpo ideal no ambiente do cárcere é muito complexa, indo para além de um corpo belo e esguio tradicionalmente desejado pela maior parte das mulheres. Conclusão: A elevada proporção de mulheres privadas de liberdade com excesso de peso e que anseia por corpos ainda mais robustos aponta para a necessidade de intensificação nas ações de saúde, aprofundamento das investigações no âmbito das Ciências Sociais e Humanas, bem como da qualificação dos profissionais de saúde para atuação nesses espaços.

DOI: 10.12957/demetra.2018.33309

Biografia do Autor

Ana Luísa Canário Carlos de Andrade, Universidade Potiguar

Nutricionista. Graduanda em Educação Física pela Universidade Potiguar. 

Ana Paula Dias Inocêncio Barbosa, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Nutricionista. Professora do Departamento de Nutrição, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Área de Nutrição em Saúde Coletiva

Ursula Viana Bagni, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Nutricionista. Professora do Departamento de Nutrição, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Área de Nutrição em Saúde Coletiva

Publicado

2018-07-16

Como Citar

Canário Carlos de Andrade, A. L., Dias Inocêncio Barbosa, A. P., & Bagni, U. V. (2018). IMAGEM CORPORAL NO CÁRCERE: PERCEPÇÕES DE MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde, 13(2), 381–393. https://doi.org/10.12957/demetra.2018.33309

Edição

Seção

ARTIGOS TEMÁTICOS "Imagens e discursos sobre corpos, famílias e subjetividades”