Violência autoprovocada e adolescência no Brasil: análise das notificações do período de 2012 a 2022
DOI:
https://doi.org/10.12957/reuerj.2025.86695Palavras-chave:
Adolescência, Violência, Comportamento Autodestrutivo, EpidemiologiaResumo
Objetivo: descrever o perfil das notificações de violência autoprovocada entre adolescentes no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de 2012 a 2022. Método: estudo descritivo epidemiológico baseado em dados secundários do SINAN, abrangendo adolescentes de 10 a 19 anos. Foram analisados dados sobre sexo, faixa etária, região de ocorrência, escolaridade e raça. Resultados: entre 2012 e 2022, foram notificados 824.430 casos de violência autoprovocada, com prevalência entre adolescentes do sexo feminino (69%). A região sudeste concentrou a maior parte das notificações (44%), a região nordeste apresentou a maior variação percentual proporcional (216,66%). Conclusão: a violência autoprovocada entre adolescentes no Brasil é um grave problema de saúde pública, com prevalência entre meninas. É fundamental implementar políticas públicas que promovam a saúde mental e previnam comportamentos autolesivos. As ações do Programa Saúde na Escola e outras ações intersetoriais são relevantes para o apoio dos adolescentes em risco.
Referências
1. Ministério da Saúde (Br). Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2024 [cited 2024 Sep 12]. Available from: http://portalsinan.saude.gov.br/.
2. Ministério da Saúde (Br). Notificação compulsória de violências: um instrumento para a vigilância em saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2016 [cited 2024 Oct 14]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/notificacao_violencias_instrumento_vigilancia_saude.pdf.
3. Ministério da Saúde (Br). Viva: Vigilância de Violências e Acidentes. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2006 [cited 2024 Nov 11]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relatorio_viva_2006.pdf.
4. Ministério da Saúde (Br). Portaria nº 2.920, de 10 de novembro de 2020. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2020 [cited 2024 Sep 22]. Available from: https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-2.920-de-10-de-novembro-de-2020-289217928.
5. Brasil. Lei nº 13.819, de 26 de abril de 2019 [cited 2024 Sep 10]. Brasília (DF): Presidência da República; 2019 [cited 2024 Sep 10]. Available from: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13819.htm.
6. Centers for Disease Control and Prevention (EUA). Youth Risk Behavior Surveillance. Washington (DC): Centers for Disease Control and Prevention; 2019 [cited 2024 Sep 14]. Available from: https://www.cdc.gov/healthyyouth/data/yrbs/index.htm.
7. Centers for Disease Control and Prevention (EUA) 10 Leading Causes of Death by Age Group, Washington (DC): Centers for Disease Control and Prevention; 2018 [cited 2024 Oct 21]. Available from: https://www.cdc.gov/injury/wisqars/LeadingCauses.html.
8. World Health Organization (WHO). Preventing suicide: a global imperative. Geneva: WHO; 2014 [cited 2024 Nov 13]. Available from: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/131056/9789241564779_eng.pdf.
9. World Health Organization (WHO). Global health estimates 2019: deaths by cause, age, sex, by country and by region, 2000-2019. Geneva: WHO; 2019 [cited 2024 Oct 17]. Available from: https://www.who.int/data/global-health-estimates.
10. Ministério da Saúde (Br). DATASUS – Sistema de Informações sobre Mortalidade. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2024 [cited 2024 Oct 16]. Available from: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205.
11. Ministério da Saúde (Br). Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN: normas e rotinas. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2006 [cited 2024 Nov 16]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sinan_normas_rotinas.pdf.
12. Ministério da Saúde (Br). Portaria nº 3.118, de 25 de outubro de 2016. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2016 [cited 2024 Sep 13]. Available from: https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-3.118-de-25-de-outubro-de-2016-232322558.
13. Ministério da Saúde (Br). Saúde Brasil 2018 – Uma análise da situação de saúde e os desafios para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2018 [cited 2024 Nov 19]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_brasil_2018.pdf.
14. World Health Organization (WHO). Mental health action plan 2013-2020. Geneva: WHO; 2013 [cited 2024 Sep 12]. Available from: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/89966/9789241506021_eng.pdf.
15. Ministério da Saúde (Br). Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2014 [cited 2024 Nov 11]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude_pnps.pdf.
16. Brooks F, Magnusson J, Klemera E, Chester K, Spencer N, Smeeton N. Health Behaviour in School-aged Children (HBSC): World Health Organization collaborative cross-national study (HBSC England National Report). Hatfield: University of Hertfordshire; 2015 [cited 2024 Oct 10]. Available from: http://www.hbscengland.com/wp-content/uploads/2015/10/National-Report-2015.pdf
17. Moraes DX, Moreira ÉS, Sousa JM, Vale RRM, Pinho ES, Dias PCS, Caixeta CC. "The pen is the blade, my skin the paper": risk factors for self-injury in adolescents. Rev Bras Enferm. 2020 [cited 2024 Oct 2]; 73:e20200578. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0578.
18. Fonseca PHN, Silva AC, Araujo LMC, Botti NCL. Autolesão sem intenção suicida entre adolescentes. Arq bras psicol. 2018 [cited 2024 Sep 12]; 70(3):246-58. Available from: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672018000300017&lng=pt&nrm=iso.
19. Bastos EM. Automutilação de adolescentes: um estudo de caso em escola pública de FortalezaEducação, Psicol Interfaces. 2019 [cited 2024 Oct 12]; 3(3):156-91. DOI: https://doi.org/10.37444/issn-2594-5343.v3i3.167.
20. Tomek S, et al. Suicidality in black American youth living in impoverished neighborhoods: is school connectedness a protective factor? School Ment Health. 2018 [cited 2024 Oct 15]; 10(1):1-11. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s12310-017-9241-4.
21. Goldman-Mellor SJ, Caspi A, Harrington H, Hogan S, Nada-Raja, Poulton R, et al. Suicide attempt in young people a signal for long-term health care and social need. JAMA Psychiatry. 2014 [cited 2024 Jul 6]; 71(2):119-27. DOI: https://doi.org/10.1001/jamapsychiatry.2013.2803.
22. Ministério da Saúde (Br). Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social. Óbitos por suicídio entre adolescentes e jovens negros 2012 a 2016. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2018 [cited 2024 Sep 14]. Available from: https://pesquisa.bvsalud.org/bvsms/resource/pt/mis-39972.
23. Assari S, Mistry R, Lee DB, Caldwell CH, Zimmerman MA. Perceived racial discrimination and marijuana use a decade later; gender differences among black youth. Front Pediatr. 2019 [cited 2024 Nov 13]; 7:78. DOI: https://doi.org/10.3389/fped.2019.00078.
24. Guessoum SB, Lachal J, Radjack R, Carretier E, Minassian S, Benoit L, et al. Adolescent psychiatric disorders during the COVID-19 pandemic and lockdown. Psychiatry Res. 2020 [cited 2024 Jul 8]; 291:113264. DOI: https://doi.org/10.1016/j.psychres.2020.113264.
25. Di Pierro R, Sarno I, Perego S, Gallucci M, Madeddu F. Adolescent nonsuicidal self-injury: the effects of personality traits, family relationships and maltreatment on the presence and severity of behaviours. Eur Child Adolesc Psychiatry. 2012 [cited 2024 Jul 08]; 21:511-20. DOI: https://doi.org/10.1007/s00787-012-0289-2.
26. Ueda M, Nordström R, Matsubayashi T. Suicide and mental health during the COVID-19 pandemic in Japan. J Public Health. 2022 [cited 2024 Jul 08]; 44(3):541-8. DOI: https://doi.org/10.1093/pubmed/fdab113.
27. Escobar AMPR, Arruda MFA, Lorena Sobrinho JE. Cuidado aos adolescentes com comportamentos suicidas e autolesivos: o olhar dos profissionais de uma rede de serviços intersetoriais. Physis. 2024 [cited 2024 Jul 08]; 34:e34032. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-7331202434032pt.
28. Quesada AA, Figueiredo CGS, Silva AGF, Figueiredo RNS, Figueiredo KSG, Guimarães IS. Cartilha para prevenção da automutilação e do suicídio: orientações para educadores e profissionais da saúde. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha; 2020 [cited 2024 Oct 12]. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_prevencao_automutilacao_suicidio_orientacoes_educadores_profissionais_saude.pdf.
29. Kitchener BA, Jorm AF. Mental Health First Aid: an international programme for early intervention. Early Interv Psychiatry. 2008 [cited 2024 Jul 10]; 2(1):55-61. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1751-7893.2007.00056.x.
30. Pallini S, Terrinoni A, Iannello S, Cerutti R, Ferrara M, Fantini F, et al. Attachment-related representations and suicidal ideations in nonsuicidal self-injury adolescents with and without suicide attempts: a pilot study. Suicide Life Threat Behav. 2020 [cited 2024 Jul 10]; 50:909-20. DOI: https://doi.org/10.1111/sltb.12633.
31. Naslund JA, Aschbrenner KA, Marsch LA, Bartels SJ. The future of mental health care: peer-to-peer support and social media. Epidemiol Psychiatr Sci. 2016 [cited 2024 Jul 10]; 25(2):113-22. DOI: https://doi.org/10.1017/S2045796015001067.
32. Rocha SP, Farias QLT, Vasconcelos MIO, Lopes SMB, Castro-Silva II, Silva KKD, et al. Mental health in adolescence: elaboration and validation of an educational technology for health promotion. Rev Bras Enferm. 2021 [cited 2024 Jul 12]; 74(5):e20201023. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-1023.
33. Baum C, Maraschin C. Oficinas e jogos eletrônicos: produção de saúde mental? Interface (Botucatu). 2016 [cited 2024 Jul 12]; 20(59):1053-62. DOI: https://doi.org/10.1590/1807-57622015.0861.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Tarciso Feijó da Silva, Roberta Georgia Sousa Santos, Verônica Caé da Silva Moura, Josinei Feijó da Silva, Nicolle Silva de Menezes

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao publicar na Revista Enfermagem UERJ, os autores declaram que o trabalho é de sua exclusiva autoria e assumem, portanto, total responsabilidade pelo seu conteúdo.
Os autores retêm os direitos autorais de seu artigo e concordam em licenciar seu trabalho usando uma Licença Pública Internacional Creative Commons Atribuição (CC BY), aceitando assim os termos e condições desta licença (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode.en), que permite que o material criado pelo autor pode ser distribuído, copiado e exibido por terceiros. O trabalho original deve ser citado e apresentar um link para o artigo disponível no site da revista em que foi publicado.
Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Revista Enfermagem UERJ pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Revista Enfermagem UERJ, com o trabalho simultaneamente licenciado sob uma Licença Creative Commons CC BY, a qual permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista
Os autores concedem à Revista Enfermagem UERJ o direito de primeira publicação, de se identificar como publicadora original do trabalho e concedem à revista uma licença de direitos não exclusivos para utilizar o trabalho das seguintes formas:
- Vender e/ou distribuir o trabalho em cópias impressas e/ou em formato eletrônico;
- Distribuir partes e/ou o trabalho como um todo com o objetivo de promover a revista por meio da internet e outras mídias digitais e impressas;
- Gravar e reproduzir o trabalho em qualquer formato, incluindo mídia digital.
Em consonância com as políticas da revista, a cada artigo publicado será atribuída uma licença Creative Commons Atribuição (CC BY).