Educação alimentar e nutricional como prática emancipatória: por uma práxis popular e engajada
DOI:
https://doi.org/10.12957/demetra.2024.77420Resumen
Este ensaio teórico visou trazer uma reflexão crítica sobre as aproximações entre as ideias de bell hooks e Paulo Freire em contribuição para a construção de uma Educação Alimentar e Nutricional (EAN) popular e engajada. A metodologia adotada foi a análise das obras desses autores, buscando compreender suas interseções e suas especificidades, sem a pretensão de esgotá-las. A pedagogia engajada proposta por hooks, aliada à pedagogia libertadora de Freire, buscam transformar não só a educação, mas a sociedade, tendo os sujeitos como protagonistas de seu próprio processo de aprendizagem e emancipação. Essas abordagens, ao serem incorporadas na EAN, podem ser promotoras de uma alimentação mais saudável, levando em consideração as questões de raça, gênero, cultura e poder presentes nas desigualdades alimentares nos mais diversos territórios. A EAN popular e engajada também se relaciona com a promoção da segurança alimentar e nutricional, respeitando a diversidade cultural e fomentando a participação política das pessoas e sua autonomia no processo de tomada de decisões relacionadas à alimentação e à saúde. Além disso, a formação de profissionais de saúde comprometidos com essa abordagem é fundamental para promover mudanças significativas nos paradigmas educacionais e na compreensão de lacunas importantes existentes na formação dos profissionais de saúde, no que se refere aos conteúdos do campo das ciências sociais e humanas. No contexto atual, marcado pelo fortalecimento do agronegócio e pela perda da diversidade alimentar, a EAN popular e engajada se mostra como um caminho para defender as culturas alimentares, lutar pela soberania alimentar e por uma alimentação mais diversa e sustentável.
Descargas
Citas
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013.
Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Marco de referência de educação alimentar e nutricional para as politicas públicas. – Brasília, DF: MDS; Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, 2012. 68 p.ISBN: 978-85-60700-59-2.
Prado SD, Bosi MLM, Carvalho MCVS de, Gugelmin SÂ, Mattos RA de, Camargo Junior KR, et al.. Alimentação e nutrição como campo científico autônomo no Brasil: conceitos, domínios e projetos políticos. Rev Nutr [Internet]. 2011 Nov;24(6):927–38. https://doi.org/10.1590/S1415-52732011000600013
Scrinis, G. Nutricionismo: a ciência e a política do aconselhamento nutricional. São Paulo: Elefante, 2021.
Hooks, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade/bell hooks; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. - 2.ed. - São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2017.
Boog, MCF. Percurso histórico: diferentes sentidos para a Educação Alimentar e Nutricional. In: Educação Alimentar e Nutricional: fundamentação teórica e estratégias contemporâneas/ Organização Regina Maria Ferreira Lang, Érika Marafon Rodrigues Ciacchi; 1.ed - Rio de Janeiro: Rubio, 2021. 41-54p.
Buss PM, Hartz ZMA, Pinto LF, Rocha CMG. Promoção da saúde e qualidade de vida: uma perspectiva histórica ao longo dos últimos 40 anos (1980-2020). Ciência & Saúde Coletiva;25(12):4723–4735. https://doi.org/10.1590/1413-812320202512.15902020
Oliveira AR. Será possível uma Educação Alimentar e Nutricional Freiriana no Brasil? Reflexões e compartilhamentos para um Saber-Fazer pedagógico inquieto. In: Educação Alimentar e Nutricional: fundamentação teórica e estratégias contemporâneas/ Organização Regina Maria Ferreira Lang, Érika Marafon Rodrigues Ciacchi; 1.ed - Rio de Janeiro: Rubio, 2021. 91-106p.
Mattos RA. As políticas nacionais de alimentação e nutrição e as trajetórias institucionais dos direitos à saúde e à alimentação. Cad. Saúde Pública 2021[Acesso em 31 maio 2023];37 Sup 1:e00149120. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/WFyrdB3DNLTwLhBj9TkvQVr/?format=pdf&lang=pt
Freire, Paulo. Pedagogia do oprimido. 42. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2005. 213 p. ISBN 8521900058.
Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra; 2004.
Freire, Paulo. Educação e Mudança. Tradução Lilian Lopes Martin. 50º ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2023. 110 p.
Freire, Paulo. Educação como prática da Liberdade. 56ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2023. 189 p.
Hooks, Bell. Ensinando pensamento crítico: sabedoria prática; tradução Bhuvi Libanio. São Paulo: Elefante; 2020.
Hooks, Bell. Escrever além da raça: teoria e prática. Tradução de Jess Oliveira. São Paulo: Elefante; 2022. 308 pg.
Hooks, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade/bell hooks; tradução de Marcelo Brandão Cipolla. - 2.ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes; 2017.
Hooks, Bell. Pertencimento: uma cultura do lugar. Tradução de Renata Balbino. São Paulo: Elefante; 2022. 284 p.
Hooks, Bell, 1952-2011. Tudo sobre o amor: novas perspectivas/ Tradução Stephanie Borges. São Paulo: Elefante; 2021. 272p.
Belik, W. Um retrato do sistema alimentar brasileiro e suas contradições. Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola - Imaflora, Instituto Ibirapitanga e Instituto Clima e Sociedade. 2020 [Acesso em 31 maio 2023]. Disponível em: https://www.ibirapitanga.org.br/wp-content/uploads/2020/10/UmRetratoSistemaAlimentarBrasileiro_%C6%92_14.10.2020.pdf
Hooks, Bell. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra/ bell hooks; traduação de Cátia Bocaiuva Maringolo. São Paulo: Elefante; 2019. 284p.
Rede Penssan. II VIGISAN. Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. 2022. [Acesso em 31 maio 2023]. . Disponível em: https://olheparaafome.com.br/wpcontent/uploads/ acesso em 20 de março de 2023.
Santos AB. A terra dá, a terra quer. São Paulo: Ubu Editora/PISEAGRAMA; 2023.
Elaine A. Colonialide alimentar. In: Da fome à fome: dialogos com Josué de Castro/ Organizado por Tereza Campello. Ana Paula bortoletto. São Paulo: Elefante; 2022. 309-315.
Machado TS. Um pé na cozinha: um olhar sócio-histórico para o trabalho de cozinheiras negras no Brasil. São Paulo: Fósforo; 2022. 397p.
Kilomba G. Memórias da plantação. Episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jess Oliveira. 1 ed. Rio de Janeiro: Cobogo; 2019. 248p.
Jaime P, Lima A. Da África ao Brasil. Entrevista com o Prof. Kabengele Munanga. Revista de Antropologia, São Paulo, USP. 2013;56(1).
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Viviane Marinho da Costa, Fernanda Ribeiro dos Santos de Sá Brito

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
DECLARACIÓN DE RESPONSABILIDAD
Título del manuscrito: ________________________________________________________
1. Declaración de responsabilidad
Certifico mi participación en el trabajo arriba titulado y hago pública mi responsabilidad por su contenido.
Certifico que el manuscrito representa un trabajo original y que ni éste ni ningún otro trabajo de mi autoría, en parte o en su totalidad, con contenido sustancialmente similar, fue publicado o fue enviado a otra revista, ya sea en el formato impreso o en el electrónico, excepto el descrito en el anexo.
En caso de aceptación de este texto por parte de Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, declaramos estar de acuerdo con la política de acceso público y derechos de autor adoptada por Demetra, que establece lo siguiente: (a) los autores conservan los derechos de autor y la concesión a la revista el derecho de la primera publicación, el trabajo se licencia simultáneamente bajo la Licencia Creative Commons Attribution, que permite compartir el trabajo con el reconocimiento de autoría y la publicación inicial en esta revista; (b) los autores están autorizados a firmar contratos adicionales por separado para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo, publicación en un repositorio institucional o capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista; y (c) a los autores se les permite y alientan a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede conducir a cambios productivos, así como aumentar el impacto y la cita del trabajo publicado.
2. Conflicto de interesses
Declaro no tener conflicto de intereses con el presente artículo.
Fecha, firma y dirección completa de todos los autores.