“educar crianças para a sabedoria”: reflexão sobre a abordagem de comunidade de investigação da filosofia para crianças a partir da alegoria da caverna de platão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/childphilo.2024.79414

Palavras-chave:

filosofia para crianças, educação, comunidade de investigação, sabedoria, platão

Resumo

Existe uma crença difundida na Filosofia para Crianças (FpC) de que Platão, o famoso pensador grego que introduziu a filosofia no mundo em forma de diálogo, era contra ensinar filosofia para crianças pequenas. Décadas de implementação da pedagogia de investigação do programa de Filosofia para Crianças mostram conclusivamente que as crianças não são, na verdade, incapazes de receber treinamento e educação filosófica. Mas será que Platão estava errado? Ou será que ele foi amplamente incompreendido? Sua teoria da educação mostra o valor de cultivar virtudes nos jovens? Este artigo busca responder a essas questões através da leitura da República, especificamente a teoria da educação de Platão e a alegoria da caverna, como um manual de educação que pode fortalecer a compreensão da abordagem pedagógica da Filosofia para Crianças e a importância de educar crianças para a sabedoria e para outras virtudes intelectuais. Mostra-se que a concepção platônica de educação é coerente com a posição teórica da FpC de uma educação transformadora, facilitadora e baseada em virtudes. Ao destrinchar os simbolismos e significados da metáfora da caverna, também se discute a facilitação eficaz, a capacitação docente e a partilha de responsabilidades na educação. Por fim, partir da teoria da educação de Platão pode recalibrar e melhorar a forma como se vê o papel da educação na construção de comunidades solidárias que capacitem estudantes e educadores para a democracia, a aprendizagem superior e o sucesso.

Referências

Bleazby, J. B. (2012). Dewey’s Notion of Imagination in Philosophy for Children. Education and Culture, 28(2), 95-111. https://www.jstor.org/stable/10.5703/educationculture.28.2.95. Accessed 19-06-23.

Canuto, A. T. (2015). Reflections on Theory and Pedagogy of Challenges in Facilitating Children’s Dialogues in the Community of Inquiry. International Journal of Whole Schooling, 11(1), 1-15.

Castleberry, J. T., & Clark, K.M. (2020). Expanding the Facilitator’s Toolbox: Vygotskian Mediation in Philosophy for Children. Analytic Teaching and Philosophical Praxis, 40(2), 44-59. https://philarchive.org/archive/CASETF-2. Accessed 26-06-23.

Freire, P. (1970). Pedagogy of the Oppressed. New York: Continuum.

Gazzard, A. (2012). Do you need to know philosophy to teach philosophy to children? A comparison of two approaches. Analytical Teaching and Philosophical Praxis, 33(2), 45-53.

Green, L. (2015-16). Facilitation is No Mere Technical Skill: A Case Study of a Small Group of ‘Different’ Students. Analytic Teaching and Philosophical Praxis, 36, 63-75. https://journal.viterbo.edu/index.php/atpp/article/download/1139/945/1789. Accessed 26-06-23.

Lipman, M. (1985). Philosophical Practice and Educational Reform. Journal of Thought, 20(4), 20-36.

Lipman, M. (1993). Promoting Better Classroom Thinking. Educational Psychology, 13(3-4), 291-304.

Lipman, M. (2003). Thinking in Education. 2nd ed. Cambridge: Cambridge University Press. https://www.cambridge.org/core/books/thinking-in-education/C96667BA6F51079D8AA8D3983C57581C

Lipman, M. (2011). Philosophy for Children: Some Assumptions and Implications. Ethics in Progress, 2(1), 3-16.

Losin, P. (1996). Education and Plato’s Parable of the Cave. The Journal of Education, 178(3), 49-65.

Miller, M. (2007). Beginning the “Longer Way”. In G.R.F. Ferrari (Ed.). The Cambridge Companion to Plato’s Republic (Chap. 12, pp. 310-344). Cambridge: Cambridge University Press.

Norris, C.A., Soloway, E., Tan, C.M., & Looi, C-K. (2013). Inquiry Pedagogy and Smartphones: Enabling a Change in School Culture. Educational Technology, 53(4), 33-40.

Oyler, J. (2016). Philosophy with Children: The Lipman-Sharp Approach to Philosophy for Children. In M. A. Peters (Ed.). Encyclopedia of Educational Philosophy and Theory (pp. 1-7). Springer, Singapore. https://doi.org/10.1007/978-981-287-532-7_226-2.

Plato. (2003). The Republic. (G. R. F Ferrari, Ed.). (T. Griffith, Trans.). Cambridge Texts in the History of Political Thought. Cambridge: Cambridge University Press.

Sayson, C. M. (2023). Classroom Lectures and Correspondence in Philo 302: A Seminar on Ancient Philosophy. University of the Philippines Diliman. February to June, 2023.

Shapiro, D. (2012). Plato Was Wrong! Footnotes on Doing Philosophy with Young People. R&L Education.

Sharp, A. M. (1991). The Community of Inquiry: Education for Democracy. Thinking: The Journal of Philosophy for Children, 9(2), 31-37.

Sharp, A. M. (1992) Women, Children, and the Evolution of Philosophy for Children. In R. Reed, A. M. Sharp (Eds.). Studies in Philosophy for Children: Harry Stottlemeier’s Discovery (pp. 42-51). Philadelphia: Temple University Press.

Yunis, H. (2007). The Protreptic Rhetoric of the Republic. In G. R. F Ferrari (Ed.). The Cambridge Companion to Plato’s Republic (pp. 1-26). Cambridge: Cambridge University Press.

Zamosc, G. (2017). The Political Significance of Plato’s Republic. Ideas Y Valores, 66(165), 237-265.

Downloads

Publicado

2024-01-31

Como Citar

Abarejo, C. (2024). “educar crianças para a sabedoria”: reflexão sobre a abordagem de comunidade de investigação da filosofia para crianças a partir da alegoria da caverna de platão. Childhood & Philosophy, 20, 01–28. https://doi.org/10.12957/childphilo.2024.79414

Edição

Seção

artigos